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 # Existe livre arbítrio?
#curiosidades #Bíblia #Cristianismo #cristão

Existe livre arbítrio? Alguns cristãos negariam afimando que a Bíblia não fala nada a respeito disso e esse termo duplo nem sequer consta lá. O que é verdade, embora também não conste os termos "Trindade", "milênio", nem mesmo a palavra Bíblia ou vários outros termos amplamente usados pelos cristãos. Também é inquestionável que as escrituras falam sobre liberdade humana antes e após a queda (entrada do pecado). O homem é incapaz de fazer escolhas certas e precisa de Deus, daí para frente, há liberdade ou a graça irresistível não lhe deixaria escolha?

### O que o pecado fez conosco

A primeira transgressão tornou a nossa natureza corrupta e sujeitou toda a raça a uma infeliz escravidão que dura milênios. Antes disso, cristãos que crêem na literalidade do relato da criação são unânimes em acreditar que o casal, criado perfeito, não era livre por natureza e tomou uma decisão voluntária quando pecou, já que o pecado nenhum poder tinha sobre eles, de antemão e tampouco a graça de Deus mostrava-se coercitiva.

A partir daí o pecado e a morte passaram a todos os descendentes de Adão, porque todos, com exceção de Jesus, pecaram, e não fizeram isso porque tiveram outra escolha, mas porque o pecado que habita neles é compulsório. Sem uma intervenção divina é certa a perdição de todos.

Nos dias anteriores ao dilúvio, Deus percebeu que o homem se havia corrompido de tal forma que achou melhor destruí-lo de sobre a face da terra. Seu Espírito não contenderia para sempre com eles, disse, mas determinou um tempo de cento e vinte anos para que o dilúvio viesse.

A luz de Deus havia brilhado especialmente através de Enoque e Noé, pessoas que andavam com Deus. Enoque profeta e Noé pregador da justiça. Enquanto o Espírito de Deus encontrava resistência ferrenha no coração da maioria, esses dois homens usaram do poder que Deus sempre havia dado aos homens de sujeitar o pecado, mas que eles nem sempre queriam usar. A Caim foi prometido que Deus lhe daria capacidade de dominar o pecado e seu desejo, mas ele deu vazão à ira que sentia pela rejeição de sua oferta e matou seu irmão.

Teria Deus se arrependido de criar a humanidade se ela definitivamente não tivesse um meio de estar em harmonia com Ele? Seria muito estranho pensar que a geração antidiluviana estava apenas vivendo da única forma como poderia viver e Deus ainda se ressentisse como se esperasse que ela fosse diferente, inclusive enviando Seu Espírito para contender com eles, da mesma forma como em Gálatas é dito que a carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne. Embora fique claro que a cruz, ressurreição e ascensão de Cristo foram fator determinantes para que o Espírito Santo viesse em plenitude de poder, inclusive impressionando as mentes com a história do amor de Cristo tão grandemente demonstrado, ainda seria banalizar o ministério que o Espírito Santo realizava antes do dilúvio acreditar que fosse totalmente ineficaz.

A imagem clara que temos é que o Espírito estava agindo nos antidiluvianos para mortificar a carne deles, para eles obterem o poder de sujeitar o pecado, como Caim também poderia, mas eles resistiram. Noé não resistiu. E não foi pelas obras que ele conquistou a salvação, mas, segundo está escrito "Noé achou graça aos olhos de Deus". Mais tarde Jesus diria que "aqueles que buscam, encontram", Noé encontrou a graça quando os antidiluvianos encontravam o que buscavam "comiam, bebiam, casavam, davam-se em casamento", "porque todas essas coisas os gentios procuram", mas só Noé "[buscou] em primeiro lugar o Seu Reino e a Sua justiça".

### A busca

"Não há quem entenda, não há quem busque a Deus, todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis". Esse é o quadro da humanidade, terrível, mas honesto. Quando Jesus chega para unir Deus aos homens pela sua carne. A Bíblia aprensenta Jesus como aquele que busca os que nem querem ser encontrados, imagine então, se eles buscariam a Deus de espontânea vontade... Primeiro porque não conheciam a Deus e tinham pavor da imagem distorcida. Eles tiveram consciência da misério dos seus pecados, mas a chance de buscarem a solução com Aquele que imaginavam iria destruí-los, era ínfima e dentre aqueles que professavam lealdade, boa parte fazia"por medo da morte".

Se a iniciativa não fosse de Deus não haveria salvação de nenhum homem. Deus buscou a humanidade como uma ovelha entre cem, na revelação de Si mesmo atraiu cada um deles individualmente para Si.

Embora o monergismo (visão cristã que entende que a soberania de Deus exclui a liberdade humana) afirme que a expiação, revelação e eleição não inclua todas as pessoas, Ele nos envolve em uma missão para todos com o intuito de que "todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade".

Deus se torna acessível através da pregação quando diz que havendo quem pregue, ouvirão, crerão e invocarão Seu nome para serem salvos. Deus diz ao homem: "Busque a meu rosto" e o coração do homem humilde diz: "Ao teu rosto, Senhor, buscurei". Deus é quem chama, mas poucos atendem. Deus assim se expressa: "Porque eu clamei e recusastes, estendi a minha mão e não houve quem desse atenção" sobre a vocação e porque são poucos os escolhidos.

### Escolhidos

Também conhecidos como eleitos, são aqueles que Deus primeiramente chamou e puderam ser provados, experimentados, e tomaram parte em alguma função na obra de Deus. São escolhidos para tomar parte na obra. Jacó foi escolhido para ser o primogênito e líder espiritual da sua família, isso não quer dizer que Esaú está perdido, como alguns afirmam. O fato de ele não ter encontrado lugar de arrependimento depois de vender a primogenitura quer dizer que não poderia voltar a ser o primogênito, mas não que a sua profanidade não pudesse ser perdoada e sua vida não pudesse ser redimida.

O caso do sacerdote Eli ajuda a ilustrar bem o que significa ser um escolhido. Quando veio um homem de Deus falar com Eli, dizendo que ele era o escolhido como sacerdote. Mas pelo modo como ele e seus filhos tratavam os sacrifícios, Deus sustou a promessa e disse que, apesar de ter falado que ele e sua andaria perpetuamente diante dEle, Deus conclui dizendo: "Longe de mim tal coisa" e "aos que me honram, honrarei".

Saul também é outro exemplo de alguém que Deus escolheu. Antes que o povo se interessasse por Saul como rei, Deus já tinha mandado que ele fosse ungido. A escolha foi de Deus. Deus colocou sobre ele o Seu Espírito, ele profetizava, porém saiu dos propósitos de Deus e, no final, além de ser possesso de demônios, ainda morreu de uma forma muito vergonhosa que aparenta ter sido sua perdição eterna.

Escolhidos também podem ser rejeitados. Se a graça de Deus fosse irresistível na vida dos escolhidos, Eli e Saul não teriam fracassado. Nem se pode argumentar que a Antiga Aliança exigia obediência estrita e não havia graça como hoje, porque o próximo rei pecou muito mais que Eli e Saul juntos e permaneceu no trono e na graça de Deus, não foi amaldiçoado, nem morto como merecia, nem espírito imundo o possuiu. O que intui-se é que  Eli e Saul também estavam sob a graça e não fizeram caso.

### A liberdade dos filhos de Deus

Cristo prometeu: "Se o Filho do Homem vos libertar, verdadeiramente sereis livres". Todos os cristãos reconhecem que liberdade mesmo é poder vencer a escravidão do pecado para servir a Cristo como SENHOR, pressupondo uma relação escravo-SENHOR. Contudo Jesus quebrou a ideia de um assenhoramento rigoroso do tipo como é ensinado na doutrina da graça irresistível. Jesus os chamou de "amigos". Um senhor que é amigo é diferente de um estranho que não importa contigo.

Dizer que somos livres parece algo muito simples, mas qual seria a natureza dessa liberdade? Era algo muito interessante que até os falsos irmãos se intrometiam na igreja para expiar essa tal liberdade. Teria Jesus devolvido o arbítrio que Adão e Eva tinham antes do pecado? Paulo e claro ao falar aos livres para tomarem cuidado para não tornar a "colocar-[se] debaixo do jugo da servidão", ou seja, para não se entregar ao antigo senhor: o pecado.

Está claro que os filhos de Deus, regenerados, livres, cheios do Espírito Santo, poderiam escolher abandonar a liberdade de forma voluntária. Pensemos em Judas Iscariotes e Ananias e Safira, exemplos relativamente mais recentes do que os anteriores.

Judas recebeu o Espírito e dom para curar, expelir demônios, ele teve o poder de anunciar o Reino de Deus para seus compatriotas, mas a avareza o fez desperdiçar tudo. Mas seria Judas um bom exemplo se ele estava "predestinado" a trair? Com certeza, especialmente porque isso mostra que mesmo em meio ao conceito de predestinação a liberdade fala mais alto. Jesus lhe deu todos os meios para vencer sua fraqueza, mas ele exerceu sua escolha, embora não fosse totalmente livre, por não ter se firmado na liberdade de Cristo, o fato de ter escolhido o caminho da servidão já é uma escolha voluntária e livre, o que ele fez depois é um risco que ele decidiu correr quando realmente ainda poderia escolher livremente. Como Adão, antes de morder o fruto ele escolheu livremente, mas o que ele faria depois disso é um risco que ele decidiu correr. Por pelo menos dois motivos Cristo poderia atestar que ele falharia e todos eles estão ligados à onisciência. Deus sabe o fim desde o princípio, o que não significa que sua onisciência seja causativa interferindo nas escolhas pessoais. Jesus só estava dando um spoiler de um filme que ele já havia visto, assim como eu posso fazer enquanto assistimos um filme que eu já vi, mas isso não quer dizer que eu escrevi o roteiro do filme e obriguei a personagem a fazer aquilo. O segundo ponto e não menos importante, Deus conhece cada um individualmente. Jesus sabia que colocado naquelas situações, ele escolheria daquela forma. Se eu sei que minha irmã gosta de pizza doce, eu posso até levar uma outra salgada, mas eu tenho uma razoável certeza de qual delas ela irá escolher, acontece que Jesus não erra.

Ananias e Safira passoram pelo avivamento da primeira ou segunda descida do Espírito Santo, eram cristãos genuínos e, por conta de uma fraqueza semelhante a de Judas, tiveram um fim terrível por um juízo divino. Quando eles venderam sua propriedade, combinaram mentir para ficar com parte da propriedade. Deus foi mais duro com Ananias, que foi o idealizador do plano diabólico, e sua execução foi quase imediata. Já Safira ainda teve uma chance de responder por quanto teria vendido a propriedade. Se tivesse sido honesta, teria sido poupada do juízo. Ambos foram fulminados e a igreja recebeu um exemplo contra a hipocrisia e engano diante de Deus. Eles voluntariamente escolharem não se firmarem na liberdade de Cristo e caíram pelo próprio engano que eles intentavam enganar a igreja e a Deus - quanta ingenuidade achar que Deus poderia ser enganado.

### Responsabilidade e glória

A liberdade vem com responsabilidade. Um ser escravo, ainda que de uma maravilhosa graça irresistível não pode ser responsabilizado. Sem responsabilidade até a noção de justiça e juízo não tem sentido. Como alguém poderia ser condenado por não crer no nome do Filho de Deus se a fé não lhe foi concedida? Agora se ele resistiu à fé, a sua condenação é mais do que justa.

Considerar que o pecador é livre para resistir ou se entregar a Cristo não é glorificar aos homens pela sua própria participação na salvação de suas vidas? Está escrito que a salvação vem somente pela graça, se o sangue não tivesse sido derramado, ninguém poderia ser salvo. A obra redentiva é de Deus e a glória é dEle. E a fé, vem de Deus, "conforme a porção que Deus deu a cada um". Então se cada um tem uma porção de fé, porque não são todos cristãos? A fé torna todos imunes a dúvidas? Pedro estava caminhando pela fé e submergiu. Jesus o ajudou e fez a pergunta chave: Por que duvidaste? O homem tem a liberdade de duvidar, de desconfiar. Quando a fé é exercida, é graças a Deus, mas quando ele duvida, faz o que lhe é próprio.

Deus também não pode ser responsabilizado por tudo porque é Soberano. O mal não surgiu por sua vontade soberana. Conforme está escrito em Daniel "um grande conflito". Se a soberania de Deus significasse controle absoluto, Deus não seria chamado de "SENHOR dos Exércitos", "SENHOR das guerras", Ele simplesmente faria o que quisesse sem qualquer oposição.

Um dia Deus chamou o povo amado disse: "Tenho proposto a vida e morte, a bênção e a maldição; escolha, pis, a vida, para que você e tua descendência vivam". Deus sempre guia. Ele vai à frente como o Pastor, não é um boiadeiro que vai por trás dando tiros para o alto impelindo a gado a seguir, mas é um Pastor com uma doce voz: Vem, segue-Me. Quem ouvir pode abrir a porta e ceiar com Ele. Você crê nisso a ponto de obedecer para a glória de Deus? 
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Podem escrutinar, comentar, criticar, apontar erros ortográficos e de hermenêutica. Eu realmente não tive tempo de analisar os comentaristas reformados. 
 1. Deus causa tudo que acontece:  

(Sl 115.3, Ef 1.11, Ec 11.5-6, Mt 10.29, Pv 16.4, 33, Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34, At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-24, I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6, João 10: 14-16, 27-28; 13:18; II Tim. 2:19, Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9, I Pedro 1:2; Ef. 1:4 e 2: 10; II Tess. 2:13; I Tess. 5:9-10; Tito 2:14; Rom. 8:30; Ef.1:5; I Pedro 1:5; João 6:64-65 e 17:9; Rom. 8:28; I João 2:19, Mat. 11:25-26; II Tim. 2:20; Jud. 4; I Pedro 2:8, 11:23; Deut. 29:29; II Pedro 1:10; Ef. 1:6; Luc. 10:20; Rom. 5:33, e 11:5-6, 10). 

2. A queda do homem aconteceu (Gn 3). 

3. Deus causou a queda de Adão. 

Silogismo simples sem rodeios:

1. Deus causa tudo o acontece. 
2. Alguém não crê nele. 
3. Ele causou isso. 

1. Deus causa tudo o que acontece. 
2. Alguém fala contra Ele. 
3. Ele causou isso. 

No céu está o nosso Deus e tudo FAZ COMO LHE AGRADA.
 Sl 115.3. 

Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que FAZ TODAS AS COISAS. 
Ec 11.5. 

nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que FAZ TODAS AS COISAS conforme o conselho da sua vontade. 
Ef 1.11. 

Esse "todas as coisas" que Paulo usa, no grego significa Literalmente todas as coisas (visíveis, invisíveis, tangíveis, intangíveis etc.. ). 

Logo, quando falamos das obras de Deus, seus decretos, seu plano e como ele realiza esse plano, causando Metafísicamente tudo, isso significa que Deus possui uma Seborania Exaustiva sobre a criação. Negar isso é cair no dualismo filosófico pagão. A Escritura revela que só existe um Deus verdadeiro e que nada vem a existir e continuar existindo a parte Dele. 

Mas quando falamos sobre as ações humanas diante de Deus, falamos de Ética. Ou seja, o homem tem a responsabilidade (não capacidade ou liberdade) de obedecer ao único Deus verdadeiro e Soberano. Portanto não podemos confundir Metafísica com Ética como Tomistas fazem.


Metafisica - Deus determinou que Faraó endurecesse seu coração (Ex 10.1-2). 
Ética - Deus responsabiliza faraó por isso (Ex 10.3). 

Metafísica - Deus faz o impio para o dia da calamidade (Pv 16.4). 
Ética - Deus pune os impios com o inferno (Sl 9.17). 

Metafísica - Deus fez o Vaso de ira para a destrução (Rm 9). 
Ética - Deus pune o vaso de ira no inferno (Rm 9). 

Metafísica - Deus coloca no coração dos reis da terra que cumpram o seu intento - Ap 17.17. 
Ética - Deus lança todos os reis da terra com Satanás no Inferno (Ap 20,10,15). 

Metafísica - Deus determinou que uma criança nasceria através de um estupro (Sl 139). 
Ética - Deus enviará o estuprador e quem aborta a criança para o inferno (Ap 22.15). 

Não há contradição alguma, Deus é Soberano e você é responsável, isso não é uma invenção de Lutero, Calvino, Jonathan Edwards ou Gordon Clark, isso é o que a biblia diz, quem não aceita que preste as contas com Ele. 
 Gostaria que comentasse a parte de Noé e os antediluvianos. O pesar de Deus pelos pecados, o arrependimento por ter criado o homem e o fato de ter contendido com os homens por meio de Seu Espírito.

Sobre a fé: Deus dá fé para todos. Se a pessoa duvida, significa que a fé foi concedida sem propósito? 
 Sempre ouvi os reformados dizerem que Adão era livre antes da queda.

Foi surpresa ler que Deus desejou a queda mesmo ordenando o contrário. 
 Vou ler esses versos provavelmente amanhã.

A ideia do monergismo parece muito mais presente no Antigo Testamento. Muito interessante estudar isso.

Eu sou sinergista porque não compreendo o monergismo de jeito nenhum. 
 Você falou sobre os vasos da ira.

Me responda: quando Paulo diz que "todos nós fomos por natureza filhos da ira" ele está dizendo que um filho da ira pode ser salvo como um tição tirado do fogo? Isso se enquadraria na parábola dos vasos da ira? 
 Sobre fazer todas as coisas como agrada ou conforme o conselho de Sua vontade, não seria ir além do que está escrito?

O texto não diz que todas as coisas feitas são feitas por Deus. Mas que todas as coisas que Ele faz são conforme a Sua vontade e agrado.

Claramente o sentido do texto está sendo estendido.

Explique-me textos como:

• O SENHOR é Deus de guerra.

• Era um grande conflito.

• Meu Espírito não contenderá para sempre com o homem.

• A carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne.

• Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais.

Entre outros que sugerem um conflito de interesse entre Deus e a criação. E repito a pergunta que fiz na nota principal: Faz sentido falar sobre resistência e guerra se Deus faz tudo o que quer sem encontrar oposição? 
 Estou contente.

Escrevi aproximadamente quase dez notas de curiosidades bíblicas e apenas duas receberam comentários. E essa é a primeira que leva objeções

Estou querendo falar sobre Jesus e o comunismo amanhã.

Acho que é um tema interessante.

Algo como: "Esqueça Marx. Seria Jesus o primeiro comunista?" 
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O que significa aquele livro e o fato de apagar o nome de alguém dali na ótica da teologia reformada? 
 Opa, desculpe pela demora em responder amigo. 

Os capítulos 32 a 34 registram a apostasia de Israel enquanto Moisés estava no monte; também narram o resultante castigo e a
subseqüente restauração. O relato tem seqüência natural neste momento crítico do registro e só pode ser entendido neste contexto. (Beacon). 

Nos Versiculos 30-35 do capítulo 32 Moisés está tratando sobre um grande pecado. A obra dos ministros deve mostrar a enormidade de seus pecados. O grande mal do pecado se evidência no preço do perdão. Moisés então, roga por misericórdia a Deus; ele não foi dar desculpas e sim clamar por Expiação dos pecados. Não devemos supor que Moisés quer dizer que sempre estava  disposto a morrer pelo povo. Temos de amar a nosso próximo como a nós mesmos, mas não mais que a nós mesmos. Porém, com o sentir que havia em Cristo, Ele estava disposto a por sua vida da maneira mais dolorosa, se desse modo puder
preservar o povo. 
Moisés não podia apaziguar totalmente a ira de Deus; o qual mostra que a lei de Moisés não era capaz de reconciliar os homens com Deus, nem de aperfeiçoar nossa paz com Ele. Somente em Cristo há perdão do pecado, onde Deus se esquece dele. Esta história nos mostra que nenhum coração carnal, que não se humilhou, pode suportar por muito tempo os preceitos santos, as verdades humilhantes e a adoração espiritual de Deus. (Esse parte de Êxodo trata de Adoração, como tema geral). 
Porém um deus, um sacerdote, um culto, uma doutrina e um sacrifício, na medida da mente carnal, sempre acharão abundância de adoradores. Pode-se perverter o evangelho
mesmo a ponto tal que se adapte ao gosto mundano. É bom para nós que o Profeta, incomparavelmente mais poderoso e misericordioso, tenha feito, como Moisés, expiação por nossa alma, e agora interceda por nós. Agora Podemos nos  regozijar em sua graça. (Matthew Henry).

Dado o contexto, tratemos especificamente do verso 33, mas antes, temos que observar o verso 32:

"Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito."

Essa expressão (risca-me) pode ser melhor compreendida ao lermos textos como Daniel 3:15, Lucas 13:9; 19:42; João 6:62; Romanos 9:22. Veja também Romanos 9:3.

Cabe a Moisés e Paulo perceberem e ousarem expressar sua prontidão para serem totalmente sacrificados em benefício daqueles a quem Deus confiou ao seu amor. Isso expressa a ideia aperfeiçoada de toda a oferta queimada.
O livro citado aqui é uma figura retirada da inscrição dos nomes dos cidadãos. É a primeira vez que é citada nas Escrituras. Outras citações aparecem em Isaías 4:3, Daniel 12:2, Lucas 10:20, Filemon 4:3, Apocalipse 3:5 etc. (Albert Barnes).


Esse texto não fala de perda de salvação e nem ensina que Deus apaga o nome dos eleitos do livro da vida. A Teologia Bíblica sempre irá extrair o significado do texto e sua interpretação deve ser observada à luz do próprio contexto bíblico.

Isso é ser honesto com o texto bíblico. Tanto que John Wesley que não era Reformado  (Calvinista), em seu comentário bíblico vai dizer a mesma coisa que o Reformado Matthew Henry: Que Moisés estava dizendo que se todo Isreal perecesse, ele gostaria de perecer com eles. John Wesley inclusive cita Romanos 9:3 e comenta afirmando que Paulo também desejava ser Anátema de Cristo, pelo bem de seus irmãos.

 "Não que Moisés absolutamente desejasse isso, mas apenas expressasse comparativamente Seu zelo veemente pela glória de Deus e pelo amor de seu povo, significando que o próprio pensamento de sua destruição e a desonra de Deus era tão intolerável para ele que ele prefere, se fosse possível, que Deus o aceitasse como um sacrifício em seu lugar, e por sua completa destruição, impedisse tão graves travessuras." (John Wesley).

Então, esse texto não fala sobre Deus rejeitar quem ele já escolheu para a salvação. Porque isso não é possível. Seria como eu disser que se Deus deixasse de existir o Universo deixaria de existir já que Deus sustenta todas a coisas (Hb 1:3 e Cl 1:17).

Entretanto, sabemos que Deus nunca deixará de existir pois Nosso Deus é o Eterno (Ap 1:8; 22:13 e Ex 3:14), logo não há possibilidade do Universo deixar de existir. 

Explicado isso, vamos para o verso 33:

"Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei o meu livro". 

João Calvino comentando esse versículo vai explicar que o termo "riscar" no original (Hebraico) denota sim o sentido de apagar o nome de alguém, mas esse apagar o nome significa sim uma  rejeição aberta de Deus a um ímpio que não se arrepende. Por isso Deus o "apaga". 
Portanto Deus sempre castiga os ímpios e iniquos e nunca pune os justos. Assim, quando Paulo diz: "Nem fornicadores, nem adúlteros, nem ladrões, nem cobiçosos, nem assassinos, nem ofensores possuirão o reino de Deus" (1 Co 6:9) seria incorreto concluir que todos foram apagados do livro da vida já que ele fala  apenas os réprobos, que nunca se arrependem. 

John Wesley também vai dizer que Deus apaga só a alma dos que pecam pois são culpados e não do inocente.  
 Então todos os seres humanos já nascem com o nome no livro da vida? Ou já estão todos escritos ali "antes da fundação do mundo e Deus só vai apagando quem é rebelde?

Gostei da comparação com Paulo e da explicação.

Se não me engano, tem um salmo também em que Davi pede que Deus risque nomes do livro da vida. Então esse livro contém todos, até os vasos da ira? E aquele livro do Cordeiro citado no apocalipse 13, que fala que só quem não tem o nome no livro que foi escrito desde a fundação do mundo (ou do cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo, tem duplo sentido a frase) não seria o mesmo livro, mas um segundo? 
 "Então todos os seres humanos já nascem com o nome no livro da vida?" 

 Nenhum texto dá a entender que Deus escreve o nome dos seus depois que a pessoa nasce. Já que estamos falando de Predestinação e Eleição.

"Ou já estão todos escritos ali "antes da fundação do mundo e Deus só vai apagando quem é rebelde?" 

Já estão escritos (os nomes dos eleitos) antes da fundação do mundo (Efésios 1:11). 

Tanto a Eleição dos eleitos quanto a Reprovação dos répobros é uma obra de Deus feita antes da fundação do mundo (Romanos 9).  Nenhum texto bíblico indica que Deus vai escrevendo ou apagando o nome dos seus de acordo com o que a pessoa vai fazendo ao longo do tempo. 

Apagar ou riscar o nome é uma forma de falar apenas. Não é literal. Em várias passagens Deus é descrito ações e sentimentos humanos (como se arrepender do que tinha feito) isso não significa que Deus errou e depois se entristeceu por ter errado e nem que Deus literalmente risca o nome de alguém que ele recebeu antes da fundação do mundo. Seria absurdo. 

"Se não me engano, tem um salmo também em que Davi pede que Deus risque nomes do livro da vida. Então esse livro contém todos, até os vasos da ira?" 

Essa eu já respondi, é a mesma interpretação de Exôdo 32:32,33. 

"E aquele livro do Cordeiro citado no apocalipse 13, que fala que só quem não tem o nome no livro que foi escrito desde a fundação do mundo (ou do cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo, tem duplo sentido a frase) não seria o mesmo livro, mas um segundo?"

O contexto dos capítulos 12 a 14 de Apocalipse fala sobre Adoração.. 

O Capítulo 13 fala sobre o Dragão (Satanás) dando poder às Bestas. A besta que surge do Mar (o Anticristo) e a Besta que surge da Terra (o Falso Profeta ). 

Fala também que a besta do mar é mortalmente ferida e depois curada e então recebe adoração (fazendo uma paródia de Cristo que morreu e ressuscitou) e a Besta da Terra que propaga o engano em todo o mundo (fazendo uma paródia ao Espírito Santo). O capítulo 13 fala que nem todos adorarão a Besta, esses não poderão comprar nem vender. Então João vai falar sobre eles  no capítulo 14 onde ele fala sobre os adoradores do Cordeiro que não possuem a marca e o número da Besta. 

Em Apocalipse fica claro que quem não tem o nome achado no livro da vida não é eleito. Então não é necessário um livro dos reprobos porque esses não pertencem a Cristo, Cristo não os conhece eles não são ovelhas que seguem a Cristo. 

Em Isaías também é citado que Deus tem o nome dos seus escrito na palma de suas mãos.

Obviamente quem é Dispensacionalista e Arminiano vai entender esses textos de forma totalmente diferente.  
 Obrigado pela paciência.

Bem didático. Era só para ver se havia uma contradição no pensamento, mas era só aparente.

A teologia monergista costuma ser consistente e lógica, o único problema que ela passa é por causa da cosmovisão que muitos acham absurda e estranha para a visão de Deus que estão acostumadas. Eu sou um desses. 
 Acredito que seremos como Cristo, ou seja, estaremos numa posição superior ao do Éden.  
 Eu já expliquei essa questão. Se você não separar Metafísica de Ética fica confuso mesmo. Por nisso o Tomismo só piora as coisas. 
Mas a Bíblia apresenta essa tensão várias vezes. Por exemplo Sansão em Juízes 14. Deus havia proibido os israelitas se casarem com mulheres dos povos inimigos. Mas Sansão desceu a Timna e se apaixonou por uma mulher não israelita. 

Seus pais perguntaram se ele não tinha interesse em uma mulher do povo de Israel. E o que diz o texto? 

"Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor, pois este procurava ocasião contra os filisteus; porquanto, naquele tempo, os filisteus dominavam sobre Israel." 

Juízes 14:4 
 O exemplo de Sansão é interessante.

Tanto quanto o de Raabe e Salmom Rute e Boaz, os diversos casamentos de Salomão com estrangeiras, o de Ester e Assuero (Xerxes). 
 A lei é para todos. O homem tem a responsabilidade de cumprir. Paulo explica que o homem natural (não regenerado) está em constante rebeldia contra a sua Lei em Romanos 1,2 e 3. 

Depois ele explica que o pecador só é justificado pela fé sem as obras em Romanos 4. 

Reforçando a obra monergista e salvadora de Cristo em Romanos 5.  Fala da relação entre Lei e graça em Romanos 6 e 7.

E só vai falar de Eleição em Romanos 8,9,10 e 11. 

E nos capítulos 13 e 14 Paulo fala de Ética Cristã, como o crente em Cristo deve viver. Não roubar, não matar etc. 

Então não podemos ignorar a responsabilidade humana e muito menos questionar a Soberania Divina.  
 Hum...

Então quando um vaso de ira cumpre alguma coisa da lei ele estaria simplesmente cumprindo a letra por força humana porque não tem o Espírito, e mesmo nesse caso ele só cumpre a vontade decretiva porque só os eleitos conseguem a perceptiva?

E perceptiva tem a ver com preceitos ou nada a ver? 
 Tranquilo mano. Eu também tinha preconceito com o Calvinismo, mas só compreendi quando resolvi estudar a fundo. Isso vale para Teologia da Reforma também. Já ouvi gente dizer que Calvino era Satanista, Ateu, Maçom, etc.. E essas pessoas nunca leram uma página das Institutas. E o engraçado que Calvino é reconhecido por escrever sobre Predestinação, sendo que ele escreveu mais sobre Oração e santidade de vida. 

Não concordo com tudo que ele escreveu obviamente, mas ele como exegeta era insuperável (algo que Jacobus Arminius chegou a admitir). 

E essa posição que eu te mostrei é rejeitada até por alguns Calvinistas (os Calvinistas Tomistas no caso). 

Por isso usei o termo Monergismo. 

 
 Um vaso de ira nunca se arrepende. Um  vaso de misericórdia, era vaso de ira e passou a ser de misericórdia. 

Todos nascem condenados ao inferno, mas quem crê em Cristo e se arrepende, entra para o Reino de Deus, e quem não crê continua condenado.

Não vejo dificuldade.  
 "Jesus não perde um dos que Deus lhe envia e ninguém pode tirar as ovelhas de sua mão, mas ele também não conta a parábola da ovelha perdida? Ele não diz como foi que se perdeu, mas que aconteceu. Será que essa centésima ovelha nunca mais se perderia uma vez achada? Ele mesmo diz sobre a porta das ovelhas "entrará e sairá" uma referência à liberdade."


A parábola da ovelha perdida demonstra justamente que Jesus não perde nenhuma de suas ovelhas.

Ela não diz que todas as ovelhas que existem, em todos os apriscos, são de Cristo. 

Tanto que Jesus fala para os Fariseus que eles não criam Nele porque não eram das ovelhas Dele.. 
 "Agora queria que vo'cê explicasse o termo liberdade em Cristo à luz da coerção da graça irresistível."

A fé salvadora não é coercitiva. Pelo contrário, Jesus fala que muitos entram pela porta larga e se perdem. A graça é irresistível só para os eleitos, esses eleitos são os que Deus operou a fé neles. E obviamente Deus faz isso sozinho (monergismo). Uma vez que ninguém é salvo por obras. 

A Escritura usa uma linguagem oposta a sua afirmando que Cristo nos libertou da escravidão do pecado (Romanos 6:17-22 e João 8:34-36).Paulo fala sobre liberdade cristã em Gálatas. 
 
 "E o trecho de Hebreus que diz ser impossível que os que foram participantes do dom de Cristo e do Espírito sejam renovados depois que caíram? Mas como, se nenhum se perde?".. 

Sim, o autor de Hebreus fazendo uma advertência contra os cristãos nominais. E afirmando que há Apostasia na igreja. Isso acontece. Paulo também faz advertência contra falsos convertidos em 1 Co 13

" Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem a vocês mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados!" 
 
 Da a impressão fortíssima que eles eram eleitos, por terem provado do Espírito e dos poderes do mundo vindouro.

Realmente a questão do exame é só para saber confirmar a eleição.

Mas não seria complicado se alguém desistisse de Jesus e se entregasse ao mundo porque não se sente eleita? Eu sei que vo'cê vai me responder que se ela for mesmo, Deus vai confirmar em algum momento e ela já está garantida. Enfim, mas se tivesse uma mínima possibilidade da visão sinergista estar correta, não seria um tropeço?

Não sei o que você pensa, não vê a teologia sinergista como mais segura porque se o monergista estiver certo alguns sinergistas podem ser eleitos e encontrar salvação, mas se os sinergistas estiverem?