Opa, desculpe pela demora em responder amigo. Os capítulos 32 a 34 registram a apostasia de Israel enquanto Moisés estava no monte; também narram o resultante castigo e a subseqüente restauração. O relato tem seqüência natural neste momento crítico do registro e só pode ser entendido neste contexto. (Beacon). Nos Versiculos 30-35 do capítulo 32 Moisés está tratando sobre um grande pecado. A obra dos ministros deve mostrar a enormidade de seus pecados. O grande mal do pecado se evidência no preço do perdão. Moisés então, roga por misericórdia a Deus; ele não foi dar desculpas e sim clamar por Expiação dos pecados. Não devemos supor que Moisés quer dizer que sempre estava disposto a morrer pelo povo. Temos de amar a nosso próximo como a nós mesmos, mas não mais que a nós mesmos. Porém, com o sentir que havia em Cristo, Ele estava disposto a por sua vida da maneira mais dolorosa, se desse modo puder preservar o povo. Moisés não podia apaziguar totalmente a ira de Deus; o qual mostra que a lei de Moisés não era capaz de reconciliar os homens com Deus, nem de aperfeiçoar nossa paz com Ele. Somente em Cristo há perdão do pecado, onde Deus se esquece dele. Esta história nos mostra que nenhum coração carnal, que não se humilhou, pode suportar por muito tempo os preceitos santos, as verdades humilhantes e a adoração espiritual de Deus. (Esse parte de Êxodo trata de Adoração, como tema geral). Porém um deus, um sacerdote, um culto, uma doutrina e um sacrifício, na medida da mente carnal, sempre acharão abundância de adoradores. Pode-se perverter o evangelho mesmo a ponto tal que se adapte ao gosto mundano. É bom para nós que o Profeta, incomparavelmente mais poderoso e misericordioso, tenha feito, como Moisés, expiação por nossa alma, e agora interceda por nós. Agora Podemos nos regozijar em sua graça. (Matthew Henry). Dado o contexto, tratemos especificamente do verso 33, mas antes, temos que observar o verso 32: "Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito." Essa expressão (risca-me) pode ser melhor compreendida ao lermos textos como Daniel 3:15, Lucas 13:9; 19:42; João 6:62; Romanos 9:22. Veja também Romanos 9:3. Cabe a Moisés e Paulo perceberem e ousarem expressar sua prontidão para serem totalmente sacrificados em benefício daqueles a quem Deus confiou ao seu amor. Isso expressa a ideia aperfeiçoada de toda a oferta queimada. O livro citado aqui é uma figura retirada da inscrição dos nomes dos cidadãos. É a primeira vez que é citada nas Escrituras. Outras citações aparecem em Isaías 4:3, Daniel 12:2, Lucas 10:20, Filemon 4:3, Apocalipse 3:5 etc. (Albert Barnes). Esse texto não fala de perda de salvação e nem ensina que Deus apaga o nome dos eleitos do livro da vida. A Teologia Bíblica sempre irá extrair o significado do texto e sua interpretação deve ser observada à luz do próprio contexto bíblico. Isso é ser honesto com o texto bíblico. Tanto que John Wesley que não era Reformado (Calvinista), em seu comentário bíblico vai dizer a mesma coisa que o Reformado Matthew Henry: Que Moisés estava dizendo que se todo Isreal perecesse, ele gostaria de perecer com eles. John Wesley inclusive cita Romanos 9:3 e comenta afirmando que Paulo também desejava ser Anátema de Cristo, pelo bem de seus irmãos. "Não que Moisés absolutamente desejasse isso, mas apenas expressasse comparativamente Seu zelo veemente pela glória de Deus e pelo amor de seu povo, significando que o próprio pensamento de sua destruição e a desonra de Deus era tão intolerável para ele que ele prefere, se fosse possível, que Deus o aceitasse como um sacrifício em seu lugar, e por sua completa destruição, impedisse tão graves travessuras." (John Wesley). Então, esse texto não fala sobre Deus rejeitar quem ele já escolheu para a salvação. Porque isso não é possível. Seria como eu disser que se Deus deixasse de existir o Universo deixaria de existir já que Deus sustenta todas a coisas (Hb 1:3 e Cl 1:17). Entretanto, sabemos que Deus nunca deixará de existir pois Nosso Deus é o Eterno (Ap 1:8; 22:13 e Ex 3:14), logo não há possibilidade do Universo deixar de existir. Explicado isso, vamos para o verso 33: "Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei o meu livro". João Calvino comentando esse versículo vai explicar que o termo "riscar" no original (Hebraico) denota sim o sentido de apagar o nome de alguém, mas esse apagar o nome significa sim uma rejeição aberta de Deus a um ímpio que não se arrepende. Por isso Deus o "apaga". Portanto Deus sempre castiga os ímpios e iniquos e nunca pune os justos. Assim, quando Paulo diz: "Nem fornicadores, nem adúlteros, nem ladrões, nem cobiçosos, nem assassinos, nem ofensores possuirão o reino de Deus" (1 Co 6:9) seria incorreto concluir que todos foram apagados do livro da vida já que ele fala apenas os réprobos, que nunca se arrependem. John Wesley também vai dizer que Deus apaga só a alma dos que pecam pois são culpados e não do inocente.