Oddbean

Entendo que é muita informação, mas é importante ter em mente que é pra própria segurança. Outro ponto que eu normalmente comento é sobre a importância de praticar, e não apenas falar sobre. É como fazer backups e nunca testar a recuperação. Por isso que eu sempre ensino que ao criar a wallet e anotar as palavras, deve-se resetar a wallet e recuperar com as palavras anotadas. Assim você resolve dois problemas: 1) se anotou alguma palavra errada, você descobre imediatamente. 2) pratica a recuperação, para não se perder em um momento de stress. É muito importante praticar e não apenas falar sobre ou demonstrar.

ih... virou textão.. mas vai assim mesmo :-D Aqui em casa, eu fiz um QRCode com a "xpriv" da carteira, protegido com senha obviamente. E deixei copias desse QRcode em diversos lugares, junto com um "hint" da senha que somente quem é da minha família conseguiria usar pra pesquisar (depende de um objeto específico que você precisaria saber qual é). Sábado passado (ou como se diz em bom mineirês, sapassádo) minha esposa me mandou mensagem no zap: o que é um QR code que está em tal lugar, e o que é essa dica de senha que tem ao lado? Mesmo simplificando ao máximo, ela esqueceu do que era. Mas assim que falei que eram meus bitcoins ela se lembrou e lembrou todo o processo de recuperação que eu tinha ensinado. Menos mal :) (além desses QRcodes tenho tambem 3 cópias da carteira em pendrive guardadas no cofre aqui de casa, também com senha, a ideia dos QRCodes é caso a casa pegue fogo ou algo assim, e os pendrives são a recuperação mais fácil) E concordo totalmente sobre a parte de criar e recuperar, eu sempre faço isso, e confiro se os endereços são os mesmos na carteira recuperada do que eram na original, inclusive testei cada um dos qr codes que imprimi individualmente pra ter certeza que funcionam.

Justamente esse preparo pode colocar em risco a segurança. É o tipo de coisa que não dá para ensinar e esperar que alguém que não esteja no dia a dia. Lembre décadas depois. Mas é uma boa discussão, como passar o conhecimento a diante sem colocar em risco a segurança. Não é algo simples.

Sei que é pra backup das palavras, mas não lembro o nome disso aí. Penso que prefiro uma plaquinha, pois esse aí tem o risco que quando precisar usar, acabar desordenando, dependendo da pessoa. Mas parece mais fácil para a montagem comparado a plaquinha.

EddieOz até onde sei você não tem filhos e mora longe da família. Como fica seus satoshis caso aconteça algo grave com você e sua esposa? Pensar na herança do BTC é algo bem complexo e não vejo a comunidade falar muito.

Eu já preocupava com isso desde os idos de 2013. Fiz alguns posts sobre isso no bitcointalk e no facebook. Mas nunca cheguei a conclusão final sobre o assunto. A questão de sucessão é complexa. Se vc preparar uma carteira para sucessão, ela não serve pra ser usada no dia a dia, e vice versa. As opções que eu levantei para sucessão são: 1- Carteira fria simples, escondida em cofre, com instruções de só ser aberta em caso de morte. (problemas: alguem que tenha acesso pode passar a perna nos demais herdeiros e abrir antes) 2- Carteira multiassinada por todos os herdeiros (problemas: se um dos herdeiros perder a chave, os bitcoins se perdem) 3- Carteira multiassinada pelos herdeiros, mas que precise de apenas n-1 ou n-2 assinaturas, minimizando o problema de perda de chaves, mas ainda com risco. 4- Carteira multiassinada com escrow externo, exigindo sempre uma chave de escrow + 1 chave de herdeiro. (problema: encontrar escrow confiável) 5- deixar os BTC em um banco ou exchange e deixar para eles cuidarem da sucessão de acordo com a lei vigente (heuheuheuheu, precisa explicar os problemas?) pensei numa 6a opção agora, que não era viável na época, mas agora com taproot é viável: 6- Smart contract que permite que o dinheiro seja gasto pelo proprietário em qualquer tempo, ou pelos herdeiros após 6 meses. Precisa ser renovado regularmente, como prova de vida. (problema: pode levar 6 meses para que a pessoa tenha acesso a herança) Alias, alguem poderia implementar isso direto em uma carteira hein? A carteira ja renovaria o smart contract cada vez que vc movimentasse a grana. Enfim, mais um textão. esse problema é hard. e vai depender de cada um.

Eu tenho uma certa restrição com deixar a seed num servidor de email... Mesmo que não utilize essa seed principal para nenhuma wallet (ex. sem passphrase), está diminuindo a enorme segurança de uma seed para apenas uma passphrase. Quando se fala em herança, dá a entender que há um valor considerável nessa wallet e acho que ela deveria fazer uso de toda a robustez que o Bitcoin proporciona.

a seed não ficaria num servidor, a seed ficaria em metal. cada herdeiro teria a posse de uma chapa de metal com a seed gravada. no servidor de email ficaria apenas a passphrase, que seria disparada automaticamente para cada herdeiro após X tempo...

Pra que usar um serviço externo se o proprio bitcoin te permite fazer um contrato agendado? Crie uma carteira taproot que te permite movimentar normalmente com sua chave, e só permite movimentar com as chaves dos herdeiros depois de X tempos. Tudo na blockchain, garantido por criptografia.

Tem de ser pensada a dedo para impedir que algum herdeiro passe a perna nos outros, e pra caso algum herdeiro morra antes de mim. E ainda, pra que eu continue podendo usufruir do dinheiro até o dia da minha morte (quer dizer que eu preciso ter uma chave que me permita gastar tambem). Usando taproot imagino que dê pra fazer algo como: 1- chave do "de cujus" permite movimentar sempre, enquanto ele estiver vivo. 2- multisig de N chaves, uma pra cada herdeiro, permitem movimentar se todas forem usadas juntas. 3- multisig de N-1 chaves permite movimentar a partir de 6 meses 4- multisig de N-2 chaves, depois de 7 meses, e assim por diante, até que depois de N meses, apenas uma chave movimenta. 5- Depois de 5 anos, o contrato permite transferir para um banco ou corretora que terá obrigação legal de distribuir os bitcoins de acordo com a lei vigente. A contagem de prazo do contrato se renova a cada movimentação da carteira pelo de-cujus. Assim, enquanto eu estiver vivo, se aplica 1. Se eu morrer e todos os herdeiros estiverem vivos, aplica-se 2. Se um deles morrer ou perder a chave, 3. Se mais de um morrer ou perder a chave, aplica-se 4. Em ultima hipotese, apela-se pra uma autoridade externa e aplica-se 5.

Caracas Girino, eu nunca parei pra pensar com essa profundidade (talvez pq esteja um pouco distante da minha realidade). Gostei muito da solução! Vou até colocar aqui nos bookmarks pra ver se busco uma solução técnica pra executar isso com taproot e deixar trustless.

Infelizmente, eu mal tenho satoshis que possam resolver a vida de qquer familiar ou fazer qquer diferença na vida deles. Não dá nem pra dizer que tenho alguma herança pra deixar. Eles vão ter que dividir meu apartamento, minhas guitarras, violões, meu piano, paraquedas e equipamento de escalada e isso tá tudo por lá. No Morning Crypto eu já trouxe esse assunto algumas vezes.

O @eddieoz é um "true" bitcoiner, que leva a risca a idea de que bitcoin só é dinheiro se circular :-D <momento puxa saco> O @eddieoz usa o Bitcoin (e criptomoedas) como ferramentas pra ele construir coisas úteis no mundo "lá fora", e eu tiro meu chapéu pra tudo que ele já construiu, pensando totalmente fora da caixa. Eu mesmo dificilmente usei blockchain pra algo que me afete fora da blockchain (tudo que construí foram ferramentas pra minerar criptos, nada que tenha utilidade "no mundo real"). Acho essa capacidade dele de trazer a blockchain pra fora do mundo da blockchain muito foda! </momento puxa saco>

Eu sou velha guarda e prefiro papel. Papel é uma das formas mais eficientes de armazenar informações a longo prazo que ja criamos! E aceita uma densidade de informação bem maior que metal/pedra. Mas concordo que nesse caso específico, com oa informação é "pouca", o metal pode ser uma alternativa para resistir por exemplo ao fogo e à água.

Cartao perfurado metalico em local seguro e plastico pra viajar. Pass phrase na mente. Acho q nao tem melhor. Sucessao tem que dar a visao de onde achar cada coisa pra quem for receber. "Na cidade onde nos conhecemos... enterrado onde aconteceu tal coisa q só essa pessoa saiba etc.