O sábado era o dia da Antiga Lei em que o povo de Deus deveria santificar e guardar para Deus, pois foi o dia em que Deus finalizou a obra da criação e descansou do seu trabalho. Foi também esse o dia em que Deus libertou o seu povo da escravidão do Egito.
Era o último dia da semana, que estava ligado com a criação e com a libertação do povo. Porém, logo após criar o homem, este pecou e deformou a obra de Deus, razão pela qual Deus teve que abandonar o seu descanso sabático para libertar o seu povo uma outra vez, só que do pecado.
Isso aconteceu no primeiro dia da semana, e não no último, porque foi nesse dia que Cristo ressuscitou e descansou do seu trabalho, dando início a uma nova criação, na qual o homem se reconciliou com Deus mediante Jesus Cristo, que se uniu à criatura por causa do seu sacrifício.
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Essa é a razão de os cristãos guardarem o domingo e não mais o sábado. A palavra domingo tem origem do latim "dies dominicus" e significa "dia do Senhor". Era esse o nome que os primeiros cristãos usavam para se referir ao primeiro dia da semana:
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No Antigo Testamento, o domingo é prefigurado de diversas maneiras. Assim, os hebreus deveriam circuncidar os bebês no oitavo dia. Por que não no sétimo se esse era o dia santo da Antiga Lei? Porque com isso Deus buscava prenunciar a Nova Aliança, que teve início no oitavo dia.
Todos esses temas de "entrar na aliança", "dedicação a Deus", "o Senhor aparecendo", "purificação", "dia de descanso", "assembleia solene", e "sacrifício agradável" no oitavo dia prenunciam o domingo da Nova Aliança. Portanto, o domingo é o dia de guarda para os cristãos.
Os protestantes fazem uma confusão ao interpretar Mt 16,18-19 pelo simples fato de se recusarem a aceitar que Pedro foi o primeiro papa. Não conseguem responder à pergunta do porquê Jesus ter mudado o nome de Simão para Pedro e de ter dado a ele as chaves do seu reino.
Eles dizem que a Pedra é Cristo e que é sobre ele que está edificada a Igreja, mas não respondem a mudança do nome de Simão. Por qual outro motivo Jesus teria mudado o seu nome para Pedro se não fosse para afirmar que é sobre ele que seria edificada a Igreja?
Argumentam usando outras passagens em que Jesus é chamado de "Pedra angular". O que não entendem é que a palavra pedra é analógica, e isto significa que pode ser aplicada a qualquer pessoa que é fundamento, base sólida de algo, mas em graus diferentes.
Por isso Cristo é a Pedra por excelência, por ser a Verdade, o fundamento de tudo o que existe, pois todas as coisas são verdadeiras na medida em que são idênticas a si mesmas, isto é, na medida em que são o que são. Mas qualquer pai é a pedra fundamental da sua família.
O mesmo ocorre com a palavra perfeito e com a palavra santo. Ora, na bíblia está dito que só Deus é Santo e Perfeito (cf. Ap 15,4), no entanto, Jesus manda que sejamos perfeitos como Deus é perfeito (Mt 5,48). Mas se só Deus é perfeito, por que devemos buscar a perfeição?
Porque essas palavras são analógicas: ser perfeito significa que nada me falta para que eu seja o que sou, ou seja, uma verdadeira imagem e semelhança de Deus. Só Deus é Perfeito pois ele é aquele que é; serei perfeito na medida em que eu participar da Perfeição de Deus.
Também está dito que Deus é o Senhor. Mas senhor significa aquele que é dono de algo; assim, qualquer pessoa pode ser chamada de "senhor", mas em graus diferentes, pois só Deus é Senhor por excelência, por ser dono de tudo o que existe.
Portanto, o argumento de que Cristo é a Pedra angular da Igreja não fere a autoridade de Pedro, pois ser pedra significa ser fundamento, e Pedro e Cristo são fundamentos em graus diferentes. Mas então por que Cristo mudou o nome de Simão para Pedro? Em que sentido Pedro é pedra?
Não há outra conclusão a se tirar dessa passagem senão que Pedro é o fundamento da Igreja, pois não haveria outro motivo para Cristo ter mudado o seu nome para Pedro. Simão é de fato o fundamento da Igreja, não no mesmo grau que Cristo, mas é fundamento. Em que sentido ele o é?
E da mesma forma que Eliaquim recebeu as chaves da casa de Davi, Jesus deu a Pedro as chaves do seu reino. Ora, as chaves simbolizam a autoridade, e sendo Cristo Rei, ele transferiu a sua autoridade para Pedro, que se tornou o seu braço-direito e o seu representante na terra.
É nesse sentido que Pedro é o fundamento da Igreja. Ao reconhecer que Cristo é o Messias — que significa reconhecer a sua realeza —, Pedro recebeu de Cristo as chaves da Igreja e se tornou o chefe do seu palácio real. É por esse motivo que Cristo mudou o nome de Simão para Pedro.
Thread by: Peter Kowalski
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