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 Concordo que propriedade intelectual não existe, e pra não deixar vago, que uma ideia não tem dono.

Mas discordo em termos, quando fala que apenas produtos físicos são apropriaveis. Software não é produto físico mas pode ser escasso, a ideia não tem dono mas a implementação pode ter, é uma escolha individual de quem implementou abrir o código ou não. 

O mesmo pode valer para muito mais coisas abstratas, mas que demandam trabalho. A ideia de fazer uma inteligência artificial certamente não tem dono, nem mesmo a fórmula, desde que você chegue a ela atravéz de trabalho, e não dá cópia sem implementação do trabalho de outro.

Nesse sentido, propriedade intelectual no sentido da fórmula de alguma coisa para mim não existe, mas a implementação certamente tem dono, e acho que dá pra relacionar com privacidade de certa forma, você tem o direito natural a privacidade que ninguém saiba das suas coisas, uma implementação abstrata sua, ser copiada sem o seu consentimento, é errado, mas se alguém chegar a mesma conclusão sem acesso ao seu trabalho, então é legítimo. 
 Quando falo de "apropriável" faço distinção entre posse e propriedade.

Considero que pessoas tem posse sobre sobre ideias e softwares, limitados pela sua própria segurança e espaço privado, mas não tem propriedade sobre ele...

Portanto, se alguém tem contato com as suas ideais e softwares, sem invadir os seus bens físicos (invadir espaço privado, roubar, danificar...), ela dever poder copiar ou usar como quiser, sem ser considerada criminosa. 
 Você não faz distinção entre ideia e implementação. Ninguém é dono de uma ideia estou de acordo, mas todos são dono das suas implementações.

Discordo com seu último ponto, faço distinção entre uma ideia e a sua implementação. 
 A implementação é ideia, assim como um texto é uma ideia e como um pensamento é uma ideia.

Todos eles são simbólicos e argumentativos, como toda ideia é...

No momento que você tira a ideia da mente e torna ela disponível, qualquer um pode usar os próprios meios para reproduzir ela.

Impedir que façam isso não difere de uma propriedade intelectual, que por base é uma forma de monopólio. 
 E "autoria" também é diferente de "propriedade", indicar o autor verdadeiro ou não mentir ser o autor, é mais um sinal de respeito do que uma necessidade Ética...

A não ser que a fala nesse sentido tenha um peso de testemunha legal, pois falsa testemunha é crime. 
 Nisso eu concordo plenamente, em suma, é exatamente isso que venho afirmando em resposta a você.

Ninguém é obrigado a pedir a sua permissão para cozinhar alface porque você foi o primeiro a pensar nisso, mas também, ninguém pode ir lá e pegar do alface que você cozinhou. 
 Mas o alface não é um bom exemplo, pois  aí é roubo kkk

Já no caso de um texto, software ou outra produção intelectual, desde que não roube o livro, invada a casa e etc... Não é crime. Só não é respeitoso se passar como o autor. 
 Ou seja, desde que tenha a permissão.

No caso de software, acho que um exemplo que pode deixar mais claro é... 

Digamos que você tem um software que escreveu para implementar uma ideia sua. A ideia não é sua, mas esse software é, você é dono da sua implementação da ideia, e se alguém copiar esse software, no sentido de cópia e cola mesmo, sem escrever o código só pegar o seu existente, sem a sua permissão é imoral. 

Mas uma vez que você o vendeu para alguém, esse software, que pode ser copiado infinitamente agora pertence a pessoa a que você vendeu, e ela pode fazer oque quiser com ele, incluindo fazer cópias e vender, é parte da sua responsabilidade como dono incluir isso no preço se for vender.

E se alguém que pensou na mesma ideia, ou mesmo viu seu software em execução, uma vez que você o tornou público ou o vendeu para alguém que o tornou público, e essa pessoa implementar um software que faça as exatas mesma coisas igualzinho e etc, jamais deve ser penalizada, pois é o trabalho dela, e por tanto é a sua propriedade.

Acho que isso deve esclarecer mais o meu ponto de vista, embora por texto seja mais complicado explicar as coisas, um dia teremos spaces aqui para discutir essas coisas por voz e será mais top. 
 Você compreendeu errado e não consegue distinguir entre um pensamento ou a formulação para construção de algo que é uma ideia, e da construção de fato, o trabalho de construir.

Se eu tiver uma ideia de ecommerce no Nostr, eu posso implementar essa ideia, e então essa implementação é minha, o software implementado é meu, mas a ideia de fazer eccomerce no Nostr não.

Na minhas visão você pode implementar um ecommerce igualzinho ao meu mas não roubar o código que trabalhei para implementar é OK, zero problemas. Mas acessar de alguma forma a minha máquina e copiar a minha implementação para um pendrive sem a minha permissão é imoral.

Por isso mensionei que é parecido e também envolve privacidade, você não é dono de uma ideia, no sentido de que não pode impedir que ninguém a implemente ou que ninguém cheguei a mesma conclusão, mas ninguém pode invadir a sua privacidade e copiar seu trabalho ou seu pensamento sobre quaisquer coisa.

 
 Invasão digital por hackeamento já é mais algo que eu desconheço as implicações éticas, pois não é como se você fisicamente tivesse invadido... 

Se for crime, então quem hackeia empresas para disponibilizar arquivos sensíveis ou conteúdos privados seria criminoso, não? 
 E é criminoso mesmo, é a mesma coisa da privacidade. 

Se alguém invadir seu whatsapp, e ver todas as suas mensagens com sua mulher e tudo mais, de formas diferentes isso é imoral.

Se você trabalhou, gastou tempo e dinheiro, implementando um software que não quer mostrar a ninguém, e invadirem seu computador e roubarem sua implementação é imoral..

É assim que vejo a coisa toda. 
 Se hackear conteúdo de empresas e disponibilizar é crime, então quem usufrui do conteúdo antes invadido seria receptador, assim como quem ou obtem produtos roubados...

Já pensou nisso? 
 Imagino que não se aplica, o crime de receptação do ponto de vista libertário não existe.

Existe apenas o crime de furto ou roubo, esse produto depois de roubado pode ser comprado por outro que nem imagina a origem. 

Do ponto de vista do PNA, para receptação ser crime o comprador do produto roubado tem que ter lesado a pessoa que foi roubada, ou seja, ser o mandante, e isso é denominado como outro crime ou cumplicidade. 
 O crime de receptação é válido para a Ética libertária, mas você só tem culpa legal se souber ou implicitamente entender que o item é roubado, pois dessa forma você está sendo co-partícipe do crime original.

Mas obviamente essa é uma área legal sempre muito nebulosa, pois é geralmente difícil apontar objetivamente as intenções... 
 *que o item é roubado ou obtido ilegalmente