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 @41ecfba2 não pode ser, se aceitarmos, e é o que a maioria faz, vai ser mesmo fatal. Eu vou orgulhando-me das minhas pequenas coisas, degrowth myslef, já que os outros se recusam a faze-lo, mas o meu maior problema é que não me sinto capaz de educar uma criança para isto e nisso acho que muito pouca gente pensa, porque se pensassem isto não estava assim. Raios agora preciso de cacau ou pizza, ou pizza com cacau :ablobflushed: 
 @ab11dda5 no que toca à minha quota parte de responsabilidade por estado de coisas, também tenho os cuidados e tento fazer uma vida mais regrada, adaptada aos novos tempos. Consumo pouca carne, compro local, ando de transporte público sempre que possível e isso não vai mudar. Eu é que vou mudando por dentro, mesmo quando resisto. Os cientistas servem-nos as notícias com pinças para evitar precisamente que deitemos a toalha ao chão, mas vai haver um momento que isso não chega. 
 @41ecfba2 tenho consciencia que quanto menos souber/ler sobre isto melhor fico, mas sou incapaz de parar. Gostava de saber o que pensaram as pessoas em 1816 quando o verao nao chegou.... 
 @ab11dda5 @41ecfba2 o novo coordenador do painel intergovernamental da UN para as alterações climáticas fala precisamente do efeito paralisante que o discurso pode ter. Deixo aqui uma parte e deixo o link para o artigo:

"We should not despair and fall into a state of shock" if global temperatures were to increase by this amount (...) If you constantly communicate the message that we are all doomed to extinction, then that paralyzes people and prevents them from taking the 
 necessary steps to get a grip on climate change”

https://p.dw.com/p/4UYAN 
 @cdbe38bd e o senhor tem ar confiável :ablobsmile: 
 @ab11dda5 sim, há isso. Percebo a questão da paralisia. Eu não vejo como possa ser possível o combate sério às alterações climáticas sem uma alteração radical do estilo de vida e com cedências que ninguém, realmente ninguém, está disposto a fazer. Como tal, respondemos professando a nossa fé no Deus da inovação tecnológica, substituindo equipamentos mais poluentes por outros que, supostamente, o são em menor grau mas sempre, sempre, produzindo mais consumindo e mais. 
 @cdbe38bd e eu concordo totalmente, e no entanto talvez fosse possivel com um pocuo menos de comodismo 
 @cdbe38bd @ab11dda5 Não acho realista a ideia das pessoas na Europa aceitarem uma diminuição significativamente da sua qualidade de vida por questões ambientais, sem contar o resto do mundo que tem o direito de melhorar. A transição tem custos e só os países mais ricos numa 1ª fase podem pagar.

Portugal vai ter 80% da eletricidade via renovável em 2026 e 90% em 2030. Descarbonizar o resto é mais lento, mas também não podemos ter um discurso do "nada está a ser feito". É muito desmobilizador 
 @cdbe38bd @ab11dda5 

Há ainda opções na mesa para reduzir substancialmente emissões com mudanças que não vão prejudicar a qualidade de vida, pelo contrário.
Uma delas é trabalhar de casa sempre que possível para reduzir substancialmente as emissões dos transportes em deslocamentos diários para trabalhar. Nem todas as actividades o permitem, mas muitas permitem e a redução é substancial para quem trabalha de casa.
É uma questão de vontade. O governos podem escolher proteger essa possibilidade para quem quer, em vez de permitir às empresas forçar quem não quer a deslocar-se diariamente a um escritório. Quem ganha com isso para além dos proprietários das propriedade comercial nos centros das cidades, e o ego dos gestores?

Falta a consciência na população para entender que estas são as opções fáceis que temos agora, e para exigir aos governantes que trabalhem com a realidade em vez de com o que eles acham que queremos ouvir. 
 🤣 
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 @ab11dda5 @41ecfba2 

Esta não é altura para desistir, ainda não está tudo perdido.
Já não conseguimos impedir todos os impactos mesmo com uma travagem súbita das emissões. mas o leque de cenários, dependendo do que fizermos e com que ritmo (e de alguma sorte, porque há bastante incerteza nos modelos), vai desde o bastante mau e mal distribuído, até o colapso da civilização ainda este século. Há muito ainda a perder, aliás há practicamente tudo a perder.

O que temos que aceitar não é a fatalidade, é a necessidade de mudar a larga escala como vivemos, e o medo tem que servir para exigir que se pare e se mude rapidamente, com os ajustes que forem precisos.
Neste momento ainda há vias de redução substancial com pouco sacrifício ou mesmo vantagem se organizadas de forma minimamente justa.
De aqui a 30 anos se não mudarmos a trajectória agora as opções na mesa vão ser muito mais duras. 
 @Carlos Guerreiro Optimistas como tu fazem falta! @41ecfba2 
 @ab11dda5 @41ecfba2 

Não é optimismo - a minha perspectiva sobre o ser humano é péssima - simplesmente recuso-me aceitar os piores cenários enquanto houver opções.