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 Calma Luiza, vamos por partes. 

Você está colocando como se uma sociedade de leis privadas (o libertarianismo) fosse uma terra de ninguém. E tudo bem, eu pensava exatamente assim. 

Deus nos deu o livre arbítrio. Certo? O principal mandamento de Jesus Cristo, a Regra Áurea, é clara no sentido de não fazer aos outros o que não quer que façam com você. E só isso já é o suficiente para todos nós defendermos a extinção de todos os estados. Pois estes, por natureza, iniciam agressão contra pessoas inocentes, tiram mais de 80% da renda do trabalhador todos os meses, durante a vida produtiva toda, de forma sistemática. Já se qualquer um de nós tentar pegar de volta, ou não entregar ao menos parte do que nos é tirado, somos considerados criminosos. 

Sim, concordo com você que drogas levam as pessoas a destruição, e por isso, aconselho que não usem. Mas pensa comigo: 

Bebidas alcoólicas também destrói famílias, certo? E aí, vamos proibir? 

Adultério também destrói famílias, certo? Vamos exigir que motéis obriguem visitantes a apresentar certidão de casamento? 

A verdade é que não é possível domar o leviatã. Deixar que ele fique responsável por pautas morais, é abrir um precedente para que ele faça ainda mais as únicas coisas que ele faz: obrigar e proibir. Na  "pandemia" por exemplo, ficou claro isso. Vi vendedores de pipoca e churros perdendo suas barraquinhas por cometerem o "crime" de trabalhar. Vi pessoas sendo obrigadas a tomar uma substância que não foram testadas mem em ratos.

Como eu escrevi, os traficantes amam a proibição. A falta de concorrência aumenta a margem de lucros deles, podem cobrar mais caro a vontade. Pior que isso, eles fazem misturas nas drogas e fazem os usuários terem maior dependência, e cada vez buscarem drogas ainda mais e mais pesadas.

Sem a proibição do comércio, muitas pessoas poderiam ter suas próprias plantações em casa e vender para vizinhos em lugares permitidos. Esse aumento da oferta obrigaria essas facções criminosas a diminuir o preços, pois se mantiverem os valores, iriam falir. Até o ponto que não vai valer a pena eles continuarem com a opressão sobre os locais que eles dominam, pois isso tem um custo, e é caro. 

Além disso, algumas empresas poderiam ter certificações privadas (ISO), que não faria tão não para os usuários.

Fora que isso tira o foco do verdadeiro criminoso. Policiais gastam tanta energia com isso que não tem tempo de ir atrás de assassinos, estupradores, ladrões, enfim. Pessoas que cometeram crimes de verdade.

Como dizia aquela tal música, o comércio de drogas continua proibido, mas se você quer comprar, é mais fácil que pão. O fechamento do mercado com a proibição faz com que apenas criminosos vendam. E eles dominam regiões e oprimem os moradores, e isso sim é um crime. Vender um produto, não. É uma troca voluntária, compra quem quer. Proibir isso, é defender crime sem vítima, e isso é a única coisa que o estado faz.

Sobre virar uma zona e todo mundo usar, aí eu vejo que você não entendeu o que é uma sociedade de leis privadas. 

Veja bem, o Brasil tem 220 milhões de habitantes. Você acha mesmo que é possível aplicar uma lei a todos? 

Então, o que nós defendemos é a descentralização de poder, bairros privados. Cada um com suas respectivas leis, e essas regras que seriam usadas para concorrência. Nas cidades com melhores leis, os imóveis tendem a valorizar (pois mais gente vai querer morar e trabalhar lá).

Resumindo: se você também não quer conviver com pessoas usando drogas, basta morar em uma que seja proibido, e que tenha penas mais brancas contra vendedores e usuários. Quem quiser vender ou usar, é só ir pra outro bairro.

Isso é o Anarcocapitalismo. 

Agora, o que não dá é pra querer uma lei que seja imposta em um território de dimensões continentais. 

UFA! Desculpa o textão! 😥 
 Eu estava para responder algo nesse sentido,  rs. Parabéns pelo texto. 
 Isso é utopia, Ana. Só não enxerga quem não quer. Diga-me, por exemplo, um só país que funciona dessa forma? Só 1 exemplo, por favor? Não há! Outra coisa, quem fizer as tais "Leis privadas", sempre terá total controle sobre o território dominado. Isso, inclusive, remete-me à milícia. "Leis privadas" são anarquia, completamente à revelia da Constituição. Imagina, por exemplo, você passear de carro pela cidade, aí, ao entrar em um bairro, há uma Lei, ao chegar em outro, é outra Lei. Em um bairro pode-se portar fuzil; no outro, porém, ninguém pode ter armas. E quem serião os "donos" desses bairros?? Quem aplicará e fiscalizará as Leis de cada um? Que loucura, não!? 

Imagine uma pessoa que não tem plano de saúde, se ela tiver de fazer uma cirurgia de emergência, pra onde ela vai?? Sem a presença do Estado, haverá alguma empresa privada oferecendo serviços de saúde pública gratuitamente?? E essa galera que não tem onde cair morta, que está na fila do SUS à espera de cirurgia, em qual hospital elas vão ser operadas? Sem a presença do Estado, haverá algum empresário pagando, do seu próprio bolso, médicos para realizarem tais cirurgias??

O problema todo é que vocês tomam o Brasil como referência de Estado! Eu pude conhecer a Nova Zelândia no ano passado e, por lá, praticamente não há 1 único centavo desviado da população.  Todos os impostos são revertidos em saúde, educação, segurança etc. Até o pobre tem seu automóvel e os pais preferem, por opção, matricular seus filhos nas escolas públicas! 

Ah! E não precisa pedir desculpa pelo textão, eu adoro ler textos grandes e, sobretudo, que me tragam pontos de vista diferentes🥰  
 Se um Estado que não funciona é péssimo, pior ainda um que funcione! A NZ mesmo foi um antro tirânico durante a gripe chinesa. Tem um caso recente de crianças tomadas de seus lares na Noruega,  ou Dinamarca, por contá de um débito de imposto, que faliu as famílias, e o conselho tutelar "salvou" as crianças da pobreza. Depois de meses, conseguiram provar que o débito era indevido.

No quesito das drogas, eu já pensei como vc. Mas não conseguia equalizar a incoerência entre defender a proibição de drogas pesadas e ser contra a proibição total de outras, como cigarro e álcool. Açúcar em excesso também faz mal, vamos proibir? O argumento aqui é que a liberação é responsabilização pessoal é o mal MENOR.

No aspecto teológico, sugiro vc refletir sobre o fato de que, enquanto Deus proibiu o fruto da árvore, mas deixou ao alcance da mão,  após a queda o jardim foi fechado ao Homem com uso de guarda armada. 

Muito bom o texto da Hoppeana, só queria ressalvar que, hoje, no RJ, a violência das facções criminosas não é só por conta de drogas, mas é disputa territorial de duas máfias o Estado Brasileiro e o paralelo. Nas favelas não é proibido vender gás, nem Internet, mas os bandidos exploram essa atividade, pq controlam, territorialmente, o curral.

O Estado é só uma versão mastodôntica do tráfico, com a exata mesma moral. 
 “Imagine uma pessoa que não tem plano de saúde, se ela tiver de fazer uma cirurgia de emergência, pra onde ela vai?? Sem a presença do Estado, haverá alguma empresa privada oferecendo serviços de saúde pública gratuitamente?? E essa galera que não tem onde cair morta, que está na fila do SUS à espera de cirurgia, em qual hospital elas vão ser operadas? Sem a presença do Estado, haverá algum empresário pagando, do seu próprio bolso, médicos para realizarem tais cirurgias??”

Ninguém pode responder isso, pois o resultado do livre mercado é algo imprevisível. O mercado é um processo que vai dar aos consumidores aquilo que eles desejam. Tudo que podemos garantir é que um livre mercado proverá a demanda da maneira mais rápida e eficiente. Talvez a solução do mercado sejam robôs médicos que atendam de graça. Quem escreveu em pedra que só existe uma solução para um problema? E forçar uma solução por meio do governo é impedir a busca por todas as outras possibilidades. O motor desse processo chamado mercado é o acúmulo de capital. Por isso os filósofos liberais pensaram em mecanismos para conter essa gasolina batizada no motor do mercado chamado governo. Eu concordo com você há estados e estados, mas querer dar poder a quem destrói o motor da prosperidade é pedir pra situação ficar cada vez pior. A solução do problema de viciados e cracudos nas ruas não está em dar poder ao governo. Isso é coisa de comunista. A solução está em deixar o mercado achar uma solução… 
 Luiza, o seu argumento não segue. Carece de metodologia. Afirmar o estado das coisas (como as coisas estão), não é a mesma coisa que definir como as coisas são ou funcionam. As coisas podem estar tanto em funcionalidade, como disfuncionais. O mundo atual enfrenta um grande problema de ordem das coisas. Toda a teoria libertária, no tocante ao axioma da ação humana e no conceito ético jusnatural de não-início de agressão a indivíduos pacíficos e suas propriedades; está correta, as proposições libertárias não são refutáveis. Mas elas tratam de questões que são da orden econômica, e parcialmente, da ordem jurídica das coisas. Acima dessas duas ordens existem ordena superiores como a filosofica/teológica, e a espiritual, onde além de buscar conhecimento, os individuos adotam liturgias de símbolos, para se relacionar pessoalmente com Deus. Não somos apresentados ao mundo com essa estrutura, e por isso assumimos o estado moderno como condição de existência das coisas, mas isso é um erro. O estado das coisas não defiene o que as coisas são. E se algo de ordem superior está corrompido, o que é de ordem inferior  se desalinha como sintoma. O austro-libertarianismo descreve como deve ser. a ordem funcional das coisas no eixo jurídico e econômico. Mas não descreve, ao menos não plenamente, a condição de existência para essa ordem. São questões tangíveis a outras áreas do conhecimento.