Há ainda uma percepção da maioria das pessoas que algo "ilegal" é inerentemente errado, e que algo "legal" é algo inerentemente certo. A própria crítica usando a terminologia "criminoso" carrega essa pressuposição consigo. Isso fazia sentido quando o senso comum ainda fazia parte do imaginário popular. Roubar, matar e destruir eram consideradas coisas moralmente erradas e foram transformadas em leis para termos uma estrutura de incentivos que refletem esses valores. Conforme as elites vão se corrompendo, as leis vão sendo alteradas para chamar o inconveniente de criminoso. E tornar todo tipo de abominação, gradualmente, em algo legal do ponto de vista jurídico. Então pontuo a cautela que devemos ter na hora de usar a terminologia "ilegal" como algo necessariamente ruim. A palavra não é mais um reflexo do moralmente incorreto; mas uma reafirmação do poder de quem decide o que é ou não legal.
Exatamente. Até ontem eu estava dentro da lei, daí venceu meu IPVA + taxa de licenciamento. Agora é ilegal eu andar com minha própria moto. Não paguei o roubo que me fizeram, agora eu sou o criminoso e perdi o direito de usar meu bem.