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 vou tirar por mim: nasci em berço de ouro cravejado com diamantes, família tradicionalíssima católica, seio da UDN.  dei a sorte do meu pai ser classe média alta e professor universitário, acabou levando minha mãe junto. ambos conservadores, todavia. mas acabei estudando em colégio público por conta disso, meus amigos todos uns pés rapados, eu o principezinho na casa de quem todos iam brincar nos fds. todos tão inteligentes quanto eu, com pais tão inteligentes quanto os meus. mas pés rapados pois: tudo que ganhavam ia pras contas. aos domingos, ia pra igreja e não tinha como deixar de notar os mendigos (fossem bêbados, com QI baixo ou qualquer outra desgraça ou predisposição na vida) nos portões e o próprio evangelho. foi quando corri atrás de pesquisar e descobri que os cristãos primitivos viviam em comunidades hoje conhecidas como mutualistas. também na escola, conheci o filho de um ativista que tinha sido assassinado pela UDN, fundada pelo meu avô. sei lá. comecei como cristão e fui observando que a meritocracia é linda entre iguais mas não vale nada no mundo real. qual é o consentimento possível entre alguém passando fome e alguém com um prato de comida sobrando? não tem consentimento, tem coerção tácita mesmo. então, se desse pra resumir em uma frase, eu diria: sentimento de injustiça. 90% dos esquerdistas que eu conheço, pelo menos, partiram daí e seguem nesse caminho. não é inveja, um tanto de ódio, sim, mas tanto quanto eu vejo na direita, e o mesmo vale pra ignorância. ninguém conhece marx, por exemplo, de nenhum dos lados, mas teima em encher a boca pra defender ou esculachar se baseando em lendas urbanas, em teoria furada em vez de se ater à práxis. o que não dá pra negar é que, historicamente, foi a dita esquerda quem semore defendeu a liberdade de expressão, por exemplo, e o antiglobalismo. justo porque quem castrava as liberdades individuais no ocidente era a direita. segue sendo, em certa medida. mas fato é que a esquerda foi cooptada por davos de uns anos pra cá e, com o dinheiro, desvirtuaram-se as pautas. aquela história: se não pode vence-los, junte-se a eles. e, depois de séculos tentando, viram que o caminho era comprar o passe mesmo. coisa que já tinham feito com a esquerda oriental desde sempre, vide o patrocínio de wall street na revolução soviete. sempre capitalistas cooptando a resistência. hoje, a cooptação fica por conta do clubinho dos trilionários de davos. que não, não são socialistas. quanto ao estado, nova deturpação financiada por quem de fato tem interesse na existência do estado: a elite. isso, desde que o mundo é mundo. o primeiro grande estadista foi césar. depois, os monarcas, nobres, aristocratas. depois: os burgueses liberais. só no século XX que a esquerda caiu no colo do estado. ainda assim: eu poderia te dar uns tantos nomes mainstream de esquerda que ainda resistem a tudo isso. glenn greenwald, naomi wolf, russell brand, joe rogan, ice T, van morrison, eric clapton, julian assange, edward snowden, sean lennon, pra ficar em poucos. no fim, o mais importante é: não existe mais direita e esquerda. essa é a consciência necessária. e a relutância nesse sentido vem tanto da "esquerda" quanto da "direita". 
 Os cristãos primitivos viviam em uma sociedade que hoje chamamos de IMPÉRIO ROMANO, e quando ele caiu eles formaram o que chamamos de MONARQUIAS 
 errado, mas tudo bem, nao quero discutir  
 Quase acertou.

Do império romano, veio as monarquias.

Mas religião e estado sempre andaram de mãos dadas contra o cidadão comum.

A separação do estado e religião nunca ocorreu de fato. Só mudaram os deuses. 

Uma vez que a maconaria sempre esteve por trás do império romano e das monarquias.