EVITE MORAR COM PARENTES! Há momentos na vida em que somos forçados pelas circunstâncias a buscar apoio de outra pessoa. Muitas vezes, recorremos àqueles com quem temos laços afetivos. Aqui, me refiro àquele ponto da juventude em que a pessoa começa a amadurecer e percebe que prover o sustento para si mesmo não é apenas uma obrigação, mas uma questão de dever moral e independência. No caminho para o primeiro emprego, o jovem se depara com inúmeras barreiras: a falta de experiência, a dificuldade em conseguir uma indicação, ou, como em muitos casos, a necessidade de sair do interior em busca de oportunidades numa grande cidade. Foi exatamente esse último cenário que vivi. Em minha jornada, busquei abrigo com um parente que, desde a infância, me prometia suporte na entrada para a vida adulta. Contudo, o período de adaptação à cidade grande e ao mercado de trabalho acabou sendo uma das experiências mais aviltantes da minha vida. Esse parente, tão preocupado em manter as aparências, representava o típico anfitrião que se esmera em organizar jantares impecáveis, onde a disposição da mesa e dos convidados segue rigorosamente as normas da mais refinada etiqueta. Porém, no dia a dia, ignorava ou desprezava os princípios essenciais da convivência, aqueles que, no fim, definem o que é a verdadeira educação. Como certa vez pontuou o professor Olavo: o bárbaro ou o selvagem pode memorizar as regras e replicá-las diante daqueles que julga se importar com elas. Mas não compreende o espírito por trás dessas normas, não percebe que elas são apenas um guia para a solicitude, atenção e bondade. São gestos que podem ser dispensados assim que se internaliza o verdadeiro sentido do que é ser gentil e cuidadoso no trato com os outros.