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 O niilismo é uma filosofia que prega a inexistência de sentido, valor ou propósito na vida. Sob essa perspectiva, tanto a busca por significado quanto a noção de verdade e moralidade objetiva são ilusórias. Porém, para Santo Tomás de Aquino e a tradição tomista, essa visão é profundamente equivocada. O tomismo, que integra fé e razão, enxerga no niilismo uma série de erros que negam verdades essenciais sobre o ser, o conhecimento e a natureza humana.

A primeira falha do niilismo está em sua negação da existência e da ordem do ser. Para Tomás de Aquino, tudo que existe participa, de alguma forma, do ser divino, que é o fundamento de toda a realidade. A existência, por si só, é um bem, e tudo tem um propósito, ainda que nem sempre evidente. Ao negar essa estrutura, o niilismo incorre em uma contradição, pois sua própria afirmação de que “nada tem sentido” depende de uma estrutura racional para ser compreendida, o que demonstra a fragilidade dessa visão.

Outro erro do niilismo se encontra no campo moral. Para a filosofia tomista, há uma ordem objetiva do bem e do mal, ancorada na lei natural, inscrita na razão humana e refletindo a sabedoria divina. O niilismo, ao negar qualquer valor moral absoluto, abre as portas para o relativismo ético, onde tudo é permitido e nada tem importância intrínseca. Isso leva à desordem e à perda da coesão social, pois, sem critérios claros de certo e errado, a convivência justa se torna impossível. O homem, na visão tomista, foi feito para buscar o bem, e negar essa busca é desviar-se da própria essência da humanidade.

Além de rejeitar o valor do ser e a moral objetiva, o niilismo também se opõe à verdade. Para Tomás, o intelecto humano é naturalmente orientado para a verdade, e a razão é capaz de alcançar o conhecimento, seja por meio da filosofia, seja pela revelação divina. O niilismo, por outro lado, afirma que a verdade é inacessível ou inexistente, o que conduz à apatia e ao ceticismo absoluto. Essa postura é incompatível com a natureza humana, que encontra propósito na descoberta e na contemplação da verdade.

Por fim, o niilismo gera uma profunda crise existencial. Ao negar qualquer finalidade transcendente, ele priva o homem da esperança em algo maior do que a vida terrena. Para o tomismo, a existência humana só encontra sua plenitude na união com Deus, que é a fonte de todo bem e perfeição. A falta dessa perspectiva leva ao vazio e ao desespero, já que o sofrimento e as limitações da vida perdem qualquer sentido. Sem um horizonte transcendental, o ser humano se vê à deriva, sem propósito e sem direção.

Em contraste com o niilismo, a filosofia tomista oferece uma visão positiva e integrada da vida. Para Santo Tomás, a existência tem significado, o bem e a verdade são acessíveis, e a vida humana encontra sua razão de ser na busca por Deus e pelo bem maior. Negar essa ordem é negar a própria essência da realidade e da condição humana. Assim, aos olhos do tomismo, o niilismo não é apenas um erro filosófico, mas uma ameaça à dignidade e ao sentido da vida. https://image.nostr.build/0be10ef43a03860de0c0f720320303368c57e371ddee8dcb06484d8fabc1ef8c.jpg