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 Uma visão romântica de que o mundo pode ser livre.

Vamos aos fatos:

Introdução

Apesar de aberta, na pratica não é assim que acontece. Os preços não caem e o monopólio continua, a invasão e contro do seu equipamento eleva-se ao patamar dos smartphones. A ideia da apple com os modelo M é tão somente blindar ainda mais a sua hegemonia, através de uma arquitetura de chip único. Tal arquitetura torna imensamente mais complicada a portabilidade de sistemas livres, em virtude do fortemente acoplamento do hardware ao software. Isto realmente reduz os custos para o fabricante, mas a que custo para o usuário?

Desenhando o cenário

Com tal estratégia, a forte união Hardware/Software, que hoje já ocorre nos Smartphones, está sendo portada para os desktops, sem praticamente nenhuma vantagem para os consumidores, exceto um ganho substancial de bateria e um aparente desempenho superior, embora limitado, seguido do encarecimento substancial dos equipamentos. Mas este não é o único problema.

É de conhecimento comum, pelo menos para usuários não leigos, o quão invasivos e controlados são os SOs dos smartphones, e quão complicado e desajeitado é rodar um sistema aberto, como o Linux, nestes aparelhos. É como se o equipamento não fosse seu, e você não tivesse pago por ele; o que no frigir dos ovos é verdade. O sistema operacional é uma mera concessão de uso, e agora, com o forte acoplamento software/hardware implementado nesta arquitetura de chip único, tal concessão vai se extender para o equipamento como um todo, acompanhada logicamente dos inerentes controle e invasão de privacidade. 

Sabemos que mesmo nos desktops de arquitetura CISC/x86, rodar sistemas abertos sempre foi complicado, e até hoje há sérios gaps no que concerne a muitas áreas, como por exemplo, edição profissional de áudio, vídeo. e jogos (tem melhorado, mas está longe de star satisfatório). Esta "tendência", que na minha opinião é uma agenda (lembre-se que historicamente a Apple é hegemônica no lançamento das "novas tendências"), tem como objetivo dificultar ainda mais a portabilidade, enquanto implementa um controle draconiano do equipamento como um todo. Isso já acontece na arquitetura x86, porém, é mais difícil amarrar. Numa arquitetura de chip único tudo é diferente; está tudo gravado na pastilha, sem opção. Mas mesmo na arquitetura x86, o controle está sendo implementado; vide os tais chips de IA (que serão indexadores de IA para spywares do SO); e muito antes, tais controles já foram criados; procurem sobre o problema dos firmware de BIOS. 

Conclusão

Todos os fabricantes de chips estão cientes desta tendência. A Microsoft já tem sua estratégia que, para surpresa absolutamente de ninguém, é a mesma da Apple. Lembre-se que implementar chip único não é exclusividade da arquitetura ARM. Isso pode e já está sendo estudado pela Intel, com alguns lançamentos fora de época. Portanto, longe de ser uma revolução benéfica, esta agenda é uma agenda de controle. E omo toda agenda, terá seus trad-offs. Se o mundo open source não parar de tentar ficar correndo atrás dos donos do mundo e não romperem de vez com o status quo, não haverá saída. Não é possível que colaboradores voluntários, mesmo que em maior número, debaixo de ditadores benevolentes, buscando lutar contra uma máquia imensamente organizada e financiada, obtenha algum êxito. É preciso um rompimento total com o sistema; é preciso criar nosso próprio sistema. Se você quer mudar o sistema, você já perdeu.

OBS: Por isso eu odeio gente que quer fazer do Nostr uma mera alternativa ao que já existe no sistema. Uma cópia barata e disfuncional do que já existe. Esta é a receita do fracasso.

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