De Volta Ao Texto De 2ª Feira
Ao ler alguns comentários https://guinote.wordpress.com/2024/09/30/2a-feira-257/
sobre a recolha dos routers, dei conta de que algumas pessoas assumiram pressupostos errados e leram o que lá não está escrito.
Vamos lá por partes, começando pelo essencial do texto e esse essencial é que deve existir coerência entre o que se apresenta como “desígnio” (a transição digital) que este ministro parece partilhar com o anterior e as acções para o operacionalizar. Ou seja, não faz muito sentido que se queira promover uma literacia digital resumida ao trabalho síncrono, em sala de aula, com um hotspot requisitado à hora, esquecendo tudo o que pode ser feito para além disso.
O que eu não escrevi no texto (são apenas 3400 caracteres, com espaços) é se concordo ou não com opções feitas desde os tempos da pandemia, sendo público desde essa altura que eu discordava com essas mesmas opções. Para desagrado daquel@s a quem chamei “solucionistas” para quem uma antena e um palito já serviam para tudo, eu achei que se arranjou uma solução de recurso, baratucha, com fraca sustentabilidade a médio prazo, pelo menos por duas razões: os equipamentos fornecidos eram fraquinhos e era necessário equipar as escolas, renovando os velhos HP e apostando numa banda mesmo larga.
Outra coisa que não escrevi no texto, por já o ter feito (e serem apenas 3400 caracteres, com espaços) é que também assumi publicamente que acho apressado e equívoco o avanço para provas de avaliação externa em suporte digital, quando os equipamentos são o que são, mesmo assumindo aquelas excepções notáveis que sempre aparecem porque esta ou aquela câmara, este ou aquele benemérito, facultaram meios ou desenvolveram projectos de (quase) excelência. Considero que deve ser feito um investimento avultado em dotar as escolas dos meios adequados e assegurar a sua manutenção, não receando as pressões ou coisas piores das operadoras envolvidas.
Portanto… vamos lá ler o que está escrito e não extrapolar o que lá não está, até porque sobre isso já escrevi em devido tempo e por isso levei com diversos epítetos por parte de quem agora até acha que estou a ser demasiado ambicioso ou mesmo “utópico”. Nada mais longe da verdade. Sei que ninguém é obrigado a ter o meu gosto por ler o que agora se diz e escreve no contexto do que foi escrito e dito num passado nem sequer assim tão remoto. Mas, em abono de alguma verdade, convém mesmo perceber o que está em causa… e no caso em apreço é pedir alguma coerência nas opções. Mesmo as que não são minhas ou que não partilhei desde o seu início.
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