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 Debate em BH tem troca de acusações, discussões sobre currículos e poucas propostas

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     Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL) participaram do debate da TV Globo, realizado na noite desta sexta-feira (25). Bruno Engler e Fuad Noman participam de debate na TV Globo
Douglas Magno/g1
O debate promovido pela TV Globo entre os dois candidatos que disputam a Prefeitura de Belo Horizonte no segundo turno, Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD), foi marcado por troca de acusações, discussões sobre experiência anterior e poucas propostas.
Foram quatro blocos, todos com embate direto entre os candidatos, sendo dois com tema livre e dois com tema determinado. Veja como foi:
Primeiro bloco - temas livres
No primeiro bloco, os dois candidatos tiveram 10 minutos cada para administrar livremente.
Fuad Noman começou dizendo que tem 55 anos de vida pública e destacou que trabalhou em diversas áreas dos governos federal, estadual e municipal. Ele falou que a experiência de Bruno Engler é menor e que parece "que ele não tem uma trajetória de vida profissional clara". Ressaltou também que Engler não tomou vacina contra Covid-19 e faltou a 47% das sessões da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) enquanto deputado.
O atual prefeito falou que começou a trabalhar como engraxate, foi garçom no restaurante do pai e ingressou no Banco Central por meio de concurso público. Citou passagens pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e Casa Civil. Destacou a experiência como secretário da Fazenda de Minas Gerais e de Belo Horizonte. Disse que o grande desafio dele é trabalhar "em prol das pessoas".
Bruno Engler começou falando que o prefeito quer "passar uma imagem de que faz uma gestão muito boa", mas que "isso não vai funcionar". Ele disse que não tomou a vacina por orientação médica e, em relação à atuação na ALMG, respondeu que "o trabalho se mede por resultado" e que foi o autor do projeto de lei para o congelamento do IPVA em 2022. O candidato do PL afirmou também que Fuad assumiu a prefeitura com 89 cargos comissionados no gabinete e, agora, tem 305.
Engler disse que foi votado em todos os municípios e, como deputado, visitou hospitais e fiscalizou emendas. Ele falou que o prefeito é "ausente" e criticou o serviço público, destacando problemas no transporte público, violência, pessoas em situação de rua e tempo de espera por cirurgias eletivas. Afirmou, ainda, que tem orgulho da própria trajetória e perguntou ao prefeito sobre o livro "Cobiça", escrito por Fuad, dizendo que a obra "descreve o estupro coletivo de uma criança de 12 anos de idade".
Noman disse que o livro denuncia um caso de ofensa a uma criança e que não discutiria a obra, e sim propostas para Belo Horizonte. Ele falou para Engler contar a trajetória dele, e o candidato do PL leu um trecho do livro de Fuad, dizendo que o prefeito organizou uma feira de de quadrinhos com livros "inapropriados" para crianças, citando alguns títulos.
Fuad Noman afirmou que Belo Horizonte tem feira de quadrinhos há 27 anos e que, em todas as edições, o trabalho é feito junto com o Ministério da Segurança Pública, com regras de proteção às crianças. Disse também que as crianças não tinham acesso à área com os livros citados por Engler.
O prefeito citou obras da prefeitura, como de contenção de encostas, reforma de centros e saúde e praças e as da Avenida Cristiano Machado. Disse que construiu um centro de educação integral e 102 salas de bibliotecas nas escolas de BH. Citou programas de requalificação de professores e de recuperação de crianças e disse que Bruno Engler mente.
Engler disse que Fuad mentiu e que, se Fuad Noman for eleito, a população pode esperar "mais feiras com conteúdo inapropriado". Afirmou também que pretende criar um projeto para impedir o acesso de crianças a conteúdos inadequados.
O candidato do PL falou ainda que vai concluir as obras "importantes" para a população, como as de contenção, mas não vai finalizar "obras inúteis", como a ciclovia da Avenida Afonso Pena. Afirmou também Fuad não entregou obras prometidas e, que se for eleito, vai fazer diferente e, por fim, questionou o prefeito sobre a renovação do contrato de limpeza da Lagoa da Pampulha sem licitação, falando de "falta de respeito com o dinheiro do contribuinte".
Fuad Noman disse que a Constituição não prevê licitação em determinados casos, como o da Pampulha, e Engler finalizou firmando que a cidade merece "ter uma gestão muito melhor".
Segundo bloco - temas determinados
No segundo bloco foram realizadas duas rodadas de temas determinados. Em cada uma delas, os candidatos tiveram cinco minutos cada para administrar livremente.
Fuad Noman escolheu o tema "vilas e favelas" e disse que tem feito um grande trabalho focado nelas. Ele citou internet gratuita, tarifa zero nos ônibus, programa de orçamento participativo e obras de pavimentação de rua. Disse que ainda há muito a ser feito para melhorar a condição de vida das pessoas e citou projetos de urbanização.
Engler disse que a internet em vilas e favelas não funciona ou é lenta e que são necessárias obras de infraestrutura e de melhorias no serviço de coleta de lixo. Afirmou também que vai auditar os contratos da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e fazer regularização fundiária e que o orçamento deve ser destinado a quem precisa.
Fuad falou que Engler nunca apresentou emenda para levar recurso para vilas e favelas. Destacou que pretende implementar projetos de formação de jovens aprendizes, financiamento para pequenos empreendedores e intercâmbio para estudantes com destaque.
Engler disse Fuad tem a "caneta na mão" e não resolveu os problemas de Belo Horizonte. Afirmou que o prefeito tem feito pouco pelas vilas e favelas e tenta "vender uma ilusão".
O atual prefeito voltou a questionar Engler sobre a trajetória, e o candidato do PL disse que não quer ter a experiência de Fuad Noman. Ele criticou a passagem de cinco secretários de Educação pela prefeitura durante a gestão atual e também as filas por vagas em creches.
Na sequência, Bruno Engler escolheu o tema "transporte público" e perguntou a Fuad sobre financiamento da campanha do atual prefeito por empresários de ônibus.
Fuad disse que recebeu R$ 35 mil dos empresários do setor, em uma campanha que custou aproximadamente R$ 20 milhões, e afirmou que Engler recebeu financiamento de mineradoras. O candidato do PL respondeu que o adversário também ganhou dinheiro de mineradoras da Serra do Curral e criticou o subsídio pago às empresas de ônibus.
O atual ´prefeito falou que lutou pela Serra do Curral na Justiça e enfrentou os empresários de ônibus, citando a criação do programa Tolerância Zero. Disse que o subsídio é necessário para reduzir a tarifa e que a qualidade do serviço de transporte melhorou. Falou também que, se for reeleito, vai contratar uma consultoria para elaborar o termo de referência da licitação para o novo contrato com as empresas de ônibus.
Engler falou que o serviço é de má qualidade e que o prefeito tem relação com empresários de ônibus. Falou também que, se for eleito, vai ter liberdade para conduzir a licitação, com participação de empresas de todo o país, de forma a oferecer um serviço melhor e com preço justo.
Terceiro bloco - temas livres
No terceiro bloco, os dois candidatos tiveram 10 minutos cada para administrar livremente.
Bruno Engler citou uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do estado em que o ex-prefeito Alexandre Kalil e a atual secretária de Esportes e Lazer, Adriana Branco.
Fuad Noman disse que não tem responsabilidade sobre atos do ex-prefeito e que, se for comprovada qualquer irregularidade, adotará as medidas necessárias.
Engler preguntou a Fuad as propostas para a área de segurança pública. Fuad disse que a Guarda Municipal instalou mais de 800 câmeras em parceria com a Polícia Militar, citou a segurança no carnaval e o Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH). 
Reportagem em atualização

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/eleicoes/2024/noticia/2024/10/25/debate-em-bh-tem-troca-de-acusacoes-discussoes-sobre-curriculos-e-poucas-propostas.ghtml