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 A professora Debora Diniz (Direito, UnB) teve muitas chances para mostrar que era razoável diante da crítica da Giovanna Laranjeira Panichi, uma menina de 19 anos que disse no Instagram que suas estatísticas de aborto induzido no Brasil eram falsas (500 mil por ano). Mas desperdiçou todas essas chances.

- Podia ter mostrado que é a favor da transparência, mas pediu sigilo para o processo abusando de sua condição de "ativista dos direitos humanos". A ironia disso é que, aparentemente, ativistas de direitos humanos têm mais direitos que outros humanos.

- Podia ter mostrado que é tolerante a críticas não abrindo o processo, mas abriu. A segunda melhor escolha era aceitar a derrota em primeira instância, mas ela recorreu. E, felizmente, foi derrotada novamente, o que é uma muito bem-vinda notícia sobre liberdade de expressão no Brasil, sabemos o quanto estamos precisando disso.

- Podia ter mostrado que, mesmo que esteja irritada, pede por punições proporcionais ao suposto crime de opinião de Giovanna. Mas não: Debora Diniz pediu R$ 50 mil de indenização da garota. Completamente alucinada, eu a imagino babando de raiva, como um animal infectado com o vírus da hidrofobia.

Fui aluno de uma disciplina de bioética da Debora Diniz, quando era graduando em biologia na UnB. Tinha grande respeito por ela. Em suas aulas, tratava de temas pesados como aborto e eutanásia, passando filmes, alguns dos quais são documentários bem feitos por ela própria. Sempre mantendo neutralidade. Mas a cabeça da Dra. Diniz, como a de muitos acadêmicos progressistas, não sobreviveu à onda do identitarismo e antipopulismo psicótico nos últimos dez anos, e se perdeu. Uma pena.
 
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Fonte dos fatos elencados: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/debora-diniz-perde-processo-jovem-apontou-relacao-ongs-estrangeiras/