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 No senso comum, é frequentemente feita uma relação entre inteligência e tristeza. Porém, se o inteligente é de fato frequentemente triste, então por que não faz uso deste dom para libertar-se da tristeza? A resposta é obvia... Certo nível de inteligência traz uma falsa sensação de poder e com ela vem a expectativa de um resultado. As expectativas geram frustrações e então, a tristeza.

Se o "inteligente" não se dá conta deste vício, não deixa de sentir-se superior, de atribuir a si mesmo tais qualidades. Vendo a si mesmo como superior e cheio de qualidades, sua artimanha é projetar sua impotência no mundo, dizer que o mundo não lhe dá oportunidades. Ele usa seu dom para elencar os problemas e, se realmente for inteligente, o faz com precisão. Desse modo, conquista o status de pensador, mas ainda não supera a própria tristeza. As frustrações da impotência, de perceber que suas qualidades não lhe empoderam, permanecem. Sua inteligência é na maioria das vezes pouco útil para mudar a realidade, mas serve muito bem apenas para se envaidecer.

Se o inteligente supera esse vício, então pode tornar-se sábio. Pode ter a justa medida da sua inteligência e do seu real poder. Passa a compreender as relações de poder, a hierarquia, e a reconhecer a existência de Deus.