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 Boulos diz que fala de Tarcísio sobre mensagem de facção é 'irresponsável', 'mentirosa' e 'crime eleitoral'

 <img src="https://s2-g1.glbimg.com/mv5HuAUwiXEvHwHm6CzgK_d2Vfk=/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/o/T/qn5UA0RHGjqXUC1t856Q/hn-geral-modulo-boulos-resultado-walace-271024-20241027-1442-frame-41175.jpeg"/>     Candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo entrou com uma ação de investigação eleitoral por abuso de poder político e divulgação de informação falsa. Governador declarou que o serviço de inteligência interceptou mensagens do PCC para votar em Boulos e que enviou relatório ao TRE-SP, que nega. Guilherme Boulos (PSOL) em coletiva na tarde deste domingo (27)
Reprodução/TV Globo
O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, concedeu coletiva de imprensa na tarde deste domingo (27) para criticar a fala do governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre conversas de integrantes de facção criminosa que teriam sido interceptadas pelo serviço de inteligência e que supostamente mostravam orientações para votarem no psolista. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negou que exista qualquer informação sobre o tema.
Para Boulos, a "declaração é irresponsável e mentirosa" e "crime eleitoral". E a qualificou de "laudo falso do segundo turno", em referência ao documento falso que o terceiro colocado Pablo Marçal (PRTB) divulgou na véspera do primeiro turno.
"Aconteceu algo extremamente grave agora há pouco, mais de uma hora, uma declaração irresponsável e mentirosa do governador Tarcísio de Freitas, ao lado do meu adversário, querendo atribuir que o crime organizado, PCC, teria orientado o voto em mim, sem apresentar nenhum tipo de prova. Esse é o laudo falso do segundo turno. Eu tive, às vésperas do primeiro turno, um laudo falso tentando me atribuir o uso de drogas, foi desmascarado pela Polícia Civil, pela Polícia Federal, pela imprensa", diz.
"Agora, no dia da eleição, na boca do governador do estado, vem mais um ataque, uma mentira inacreditável, ao lado do meu aniversário. Então, isso mostra, de um lado, o desespero dos nossos adversários e um ataque sem limite, de outro lado, alguém que está sentado na cadeira de governador, se sujeitar a desempenhar um papel como esse para tentar influenciar no resultado das eleições. Isso é crime eleitoral", completa.
Com isso, Boulos afirmou que a campanha entrou com ação de investigação eleitoral por abuso de poder político e divulgação de informação falsa contra Tarcísio e Ricardo Nunes (MDB), seu adversário. 
Em nota, o Tribunal Regional Eleitoral afirmou ao g1 que não recebeu relatório e informação sobre o assunto (veja mais abaixo). 
O g1 também questionou a assessoria do governador e a Secretaria da Segurança Pública para mais detalhes do que foi declarado por Tarcísio, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
A afirmação de Tarcísio  ocorreu durante coletiva de imprensa após votação do governador no Colégio Miguel Cervantes, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, após Tarcísio ser questionado sobre um suposto “salve” do PCC para que não se votasse na candidata à Prefeitura de Santos Rosana Valle (PL).  Ele estava ao lado de Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição.
"Aconteceu aqui também, teve o salve. Houve interceptação de conversas, de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas em determinadas áreas a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de intercepção, de inteligência, mas não vai influenciar nas eleições". 
Questionado em qual candidato os integrantes pediam para votar, Tarcísio respondeu: "Boulos".
Tarcísio também afirmou que as conversas achadas pela inteligência estão sendo encaminhadas para o Tribunal Regional Eleitoral. 
"A gente vem alertando isso há um tempo sobre o crime organizado na política. Então, nós fizemos um trabalho grande de inteligência, temos trocado informações com Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas", afirmou.
E complementou: "No que diz respeito a tranquilidade das eleições, está acontecendo uma mobilização policial muito grande. A gente reforçou o policiamento em lugares onde está 2º turno, reforçando com Baep, com Choque. Ainda tem muitas conversas com o Tribunal Regional Eleitoral para mostrar achados, relatórios de inteligência que mostram onde a gente teve conexão com crime organizado. Mas estamos tranquilos e as eleições estão acontecendo de forma serena".
Boulos
Candidato Guilherme Boulos (PSOL) se pronuncia após fala de governador Tarcísio de Freitas neste domingo (27)
Reprodução/Instagram
Logo após a fala de Tarcício, o candidato Guilherme Boulos também se manifestou nas redes sociais e disse que é o "laudo falso do segundo turno".
"Dia de eleição, dia decisivo. Imaginei que ao menos hoje fosse ser um dia mais tranquilo em relação às mentiras, que os nossos adversários fizeram durante toda a campanha, mas eu recebi a notícia, agora há pouco, de algo que assim beira o inacreditável. O governador do Estado de São Paulo, governador Tarcísio acabou de divulgar, ao lado do candidato dele, acabou de fazer uma declaração extremamente grave, sem nenhum tipo de prova, dizendo que o PCC teria determinado voto em mim". 
"Gente. Olha o nível. Acho que as pesquisas que devem estar fazendo monitorando os colégios eleitorais devem estar demonstrando a onda de mudança, a onda de virada acontecendo na cidade, e partiram para o desespero absoluto. É o laudo falso do segundo turno", afirmou.
E ressaltou: "E no dia da eleição e usando a máquina, na boca do governador do estado. É uma coisa inacreditável o que está acontecendo nesse momento em São Paulo para tentar influenciar as eleições, para mais uma vez, como fizeram a campanha toda, tentar botar medo nas pessoas", ressaltou. 
Boulos ainda afirmou, no vídeo, que acionou a equipe do jurídico. 
"Nós vamos entrar com todas as medidas cabíveis contra o governador e quem propagou essa mentira. Ele está dizendo que aconteceu, mostre. Era a mesma coisa do laudo. Eu fiquei primeiro turno inteiro tendo que responder sobre um ataque absurdo de uso de droga, há dois dias da eleição veio um laudo que era falso, agora, no dia da eleição, preocupado com os resultados, o governador do Estado faz uma declaração irresponsável, mentirosa como essa, ao lado do seu candidato, que é o meu adversário".
O que o Tribunal Regional Eleitoral
"Não chegou ao conhecimento do TRE-SP nenhum relatório nem nenhuma informação oficial sobre o assunto".
Nota de repúdio de deputados do PT/PCdoB/PV
"A bancada de deputados e deputadas estaduais da Federação PT/PCdoB/PV, de forma indignada, manifesta total repúdio ao uso da máquina pública pelo governador Tarcísio de Freitas, no dia das eleições, ao proferir insinuações, sem provas, de indicação de voto de facção criminosa ao candidato a prefeito Guilherme Boulos.
A falta de compromisso com a verdade por parte do governador e do atual prefeito Ricardo Nunes, que corroborou ao lado do governador tais ilações, é de uma irresponsabilidade sem precedentes.
Tais absurdos ditos hoje, no dia da eleições, serão cobrados na Justica, que será imediatamente acionada pela bancada da Federação e pelo jurídico da candidatura de Guilherme Boulos.
No desespero para emplacar seu candidato, este sim investigado por permitir a presença do crime organizado em sua gestão, o  governador Tarcísio de Freitas se atirou no lodo da fake news rasteira ao tentar macular a imagem de Boulos e interferir no processo eleitoral.
A política e a democracia não serão sequestrados pelo jogo sujo, a mentira, a calúnia e a difamação.
O povo da cidade de São Paulo deve ser respeitado, sem ser atacado por subterfúgios que comprometam o voto livre e soberano. A mudança já começou".

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/eleicoes/2024/noticia/2024/10/27/boulos-diz-que-fala-de-tarcisio-sobre-mensagem-de-faccao-e-irresponsavel-mentirosa-e-crime-eleitoral.ghtml