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  O desejo de Liberdade é o ponto propulsor da consciência individualizada, movendo-se dentro do espaço x tempo. A primeira e mais primitiva forma deste desejo, presente em outras espécies também, manifesta-se numa espécie de cristalização do conceito de subjetividade. O ego, mais primitivo em sua essência, avoca para si a sensação de ser o centro absoluto da realidade. Como um sol, capturando minúsculos planetas em seu poderoso campo gravitacional. Nietzsche dizia que esta "palavrinha Eu" é a origem de todos os problemas da humanidade, em alemão, uma palavra no diminutivo manifesta um tipo de deboche. Neste primeiro e mais primitivo desejo, a liberdade normalmente confunde-se com um tipo de libertinagem ou hedonismo, se preferirem. A criatura sente e avoca para si o desejo de fazer o que quiser para saciar sua satisfação subjetiva, desconsiderando outras liberdades ao redor. A liberdade absoluta em sociedade é impossível, pois absoluto quer dizer uno, sem um segundo. O Absoluto, para ser absoluto, não pode Ser na presença de um segundo, pois, se um segundo houver, junto a um absoluto, haverá dois. Haverá duas vontades. Se houver dois deuses ao mesmo tempo, nenhum será absoluto, pois um deus poderá desejar criar e o outro deus poderá desejar destruir. O desejo da Liberdade Absoluta é o desejo de tornar-se único novamente, e único aqui em sua plenitude. Enquanto houver espaço x tempo a Liberdade Plena é impossível, pois ainda persistirá a limitação do espaço e do tempo. Por isto, Nietzsche dizia: " nada existe fora do Todo, do Absoluto". Riobaldo, no Grande Sertão: Veredas, declara de modo enigmático:" ser livre é dançar entre as grades de uma prisão". 
A liberdade possível para nós é a consciência que não somos livres. E isto possui grandes implicações. Eu não posso saber o que é bom para você, diz Hayek, e Mises continua: " freedom really means the freedom to make mistakes". Impor uma verdade ou um conceito a outrem é um absoluto desrespeito ao único conceito possível de liberdade real dentro da estrutura espaço x tempo. A liberdade é aceitar que alguém pense diferente de você. A liberdade é aceitar que o filho de um pedreiro pode desejar ser um economista. A liberdade é aceitar que o outro pode desejar gastar sua riqueza com drogas, ou prostituição; mas a liberdade é, também, que eu possa não agir da mesma forma. Esta é a genialidade da Escola Austríaca. Menger, Hayek, Mises dominam perfeitamente o conceito metafísico da Liberdade Plena, e foram capazes de traduzi-lo para a realidade espaço x temporal, muito mais que econômica. A liberdade para um intervencionista, ou socialista, ou marxsista, como queira, é unilateral. A antítese é detentora do privilégio de "saber o que é a liberdade e o bem comum". Tudo que for diferente disto é opressor e contra a "liberdade natural". 
Aqui temos um espaço livre. Eu não me arriscaria a escrever este texto em outro lugar, porque não existe a liberdade neste outro lugar, de discordar da liberdade que o socialista prega.